sábado, 15 de março de 2008

Ser Professor Hoje...

Há já uns dias que não estava em diálogo aberto e franco contigo, «querido blog». O tempo tem-me levado para outras ocupações que nem sempre deixam margem de manobra para ir mais além. Prometo que, doravante, estarei um pouco mais disponível para ti. Quero, antes de continuar, agradecer-te pela oportunidade que me concedes. Através de ti posso pensar em voz alta e partilhar esse pensamento com outros que desejem manter uma conversa séria com estes e outros temas que te propomos. Mesmo que assim não fosse só a possibilidade de registar sentimentos, emoções, pensamentos, (pre)ocupações, alegrias, dúvidas, angústias, saberes, vivências e outras(os) que tais, seria o bastante para esse agradecimento reconhecido.

Decerto, estás de acordo com o que transcrevi há alguns dias sobre a questão titulada. Pois bem, vou continuar a partilhar contigo e com todos quantos de boa-vontade queiram aderir pela positiva ou pela negativa, isto é, concordando ou discordando, reforçando ou relançando o debate por e para outras questões educativas, tudo quanto me vai na alma. É o resultado dos muitos dias de trabalho, nos nossos afazeres quatidianos.
Tem sido esta a nossa atitude; é esta a nossa atitude; será esta a nossa atitude. Atitude que se tem traduzido nesta predisposição para agir, perceber, pensar e sentir em relação ao que vai acontecendo na escola, na sociedade em que nos situamos. E, tantas vezes mal entendida(s/os), mal interpretada(s/os). Mas como tudo na vida tem um preço, é esse preço que vamos pagando, um preço demasiado elevado, demasiado pesado, tantas vezes, para não dizer sempre...

Porém e independentemente disso tudo e muito mais, vamos prosseguindo o caminho que traçámos com o vigor que vamos alimentando em quem nos entende e, como tal, nos confia mais esta responsabilidade. Assim sendo, aí vai, o resto que ainda falta concluir nas palavras de Ribeiro dos Santos e Balancho (1987):

"(...)Considera-se tal atitude ou predisposição determinada pelo sistema sócio-cultural a que o indivíduo pertence. Estabelece-se assim a relação directa entre a causa e o efeito (-- . --) o homem e o meio.
A responsabilidade da atitude adoptada é então remetida para o meio que circunda o indivíduo, enquanto escultor da sua personalidade.
Porém, mesmo antes de estar concluída, a obra pode «iluminar-se» adquirir vida própria, estender os braços, abrir os olhos e soltar-se das mãos do artista, na procura da própria autenticidade e na esperança de adquirir, também ela, a possibilidade de criar.
Aconteceu com Pinóquio, na mente fantástica de Carlo Collodi.
A representação dinâmica de elementos que não entram no campo da percepção imediata desencadeia, muitas vezes, a concretização do impossível.
Paradoxalmente, as definições que o homem inventou para agrilhoar os conceitos de imaginário, de irreal ou de fantástico, menosprezam a capacidade do próprio homem.
É, todavia, a interacção da memória do fantástico com as potencialidades do ser humano que resultam, recriados, os grandes factos e surgem as atitudes de vanguarda.
É essa atitude de vanguarda que o tempo nos sugere.

Ser Professor Hoje, Ontem, Amanhã implica a introspecção permanente, a reflexão profunda sobre as coisas, o diálogo criativo com o mundo e a recusa de fronteiras.
«Não tenho nenhuma escola ... Porquê? Porque não exagerei a importância das fórmulas, porque não quis dominar nenhum espírito: pelo contrário, libertá-los -- dar-lhes força viva que faz julgar e encontrar», afirma Michelet, nas suas notas autobiográficas.

Ser Professor Hoje significa exactamente isso:
Ser, Tornar-se ...
Viagem Fantástica...

Fique para reflexão e sequente actuação.
~Um abraço e, até breve, Isaura.

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