sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

ANO-NOVO ...

... se, na verdade, temos sido um pouco distraídos/as nos contactos que este espaço nos oferece, temos a certeza que algo nos une e, como tal, havemos de continuar a trilhar caminhos de partilha, percursos de sucesso, em caminhadas conjuntas que nos ajudarão a ir mais além, em termos educativos: pessoais/profissionais. Pelo menos, assim o desejamos.
Como tal e ainda que não tenhamos cumprido uma promessa silenciosa que todos os dias nos chama a atenção para esta necessidade de partilha de sonhos, de ideais, de ideias, de estados, de sentires, de desejos multiplicados por "n" situações de vida e de trabalho, cremos, sinceramente, que poderemos "remendar este buraco" criado pelos múltiplos afazeres de um quotidiano supercheio de boas-vontades, mas falho de realizações.
Temos que confessar o nosso pecado. Reconhecer as nossas falhas, as nossas limitações, consideramos ser uma virtude que, aliás, nos tem ajudado a crescer numa aprendizagem que jamais desperdiçamos.
Ora, se o "ANO-VELHO" vira "ANO-NOVO", algo terá que "virar" nas nossas vidas. Quanto mais não seja em intenções. E as nossas são repletas de coisas boas. Por isso, ainda que não cumpridas, vamos mantê-las vivas para que nos abram caminhos de renovação de votos de um ANO 2011 pleno de realizações pessoais e profissionais.
Para todos quantos estejam perto ou longe de tudo quanto fica dito e feito deixamos os VOTOS sinceros de Muito sucesso em todas as realizações pessoais e sociais.
Um abraço e num até breve um até sempre. Isaura

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Tenho uma mente que pensa...

Não sei se a mensagem foi, ou não foi entendida. Hoje, ao relê-la, vi que estava no plural:
temos uma mente que pensa e um coração que ama
.
Na verdade, tivemos o cuidado, aliás tem sido esse a principal fonte do nosso sucesso, de frisar bem o singular, visto que é nesta singularidade que "SOU PESSOA IMPORTANTE". Não foram, como não são raras as vezes que pergunto às crianças, aos jovens, com quem tenho tido o prazer de trabalhar, se "são pessoas", melhor, "se és pessoa importante". E, na verdade a primeira palavra que aparece é "NÃO".
Porque será? Há também aqueles e aquelas que, na sua irreverência, porque hoje "alguns jovens" são assim, irreverentes, só para se fazerem "notar". Também falo desses, naturalmente. É através dessa irreverência que, muitas vezes se abrem essas "portas" que todos temos e que, tantas vezes, não sabemos abrir e fechar no momento exacto.
Pois bem, são "lições de vida" que nos ficam a marcar uma passagem cujo rasto se vai desvanecendo à medida que o tempo vai passando, se não tivermos a coragem de as ir passando para quem delas queira usufruir.
É para isso, também, que servem estes espaços, desde que tenhamos alguma coisa para contar.
Há-de haver mais, decerto.
Até lá, um abraço amigo. Isaura

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sou Pessoa Importante

Tal como deixei claro no último contacto aqui vos deixo um pouco do que se passou com alunos de 6 anos, portanto, do 1.º Ano de Escolaridade Obrigatória. Estávamos no início de um tema cujo conteúdo nos interrogava: -- Afinal, quem sou eu?
Por mais que a conversa tentasse seguir o rumo pretendido, não havia maneira de chegar ao que pretendia. Até que, olhando através da janela, vimos passar, em frente à escola, uma Pessoa.
--Afinal, quem vai ali?
-- Uma pessoa, dizem os/as alunos/as, em coro.
-- Pois é. E, então, quem sou EU?
-- Tu és a nossa professora.
-- É verdade, mas para além disso, quem sou eu?
-- És uma Pessoa muito importante.
-- Obrigada por reconheceres isso. E tu? Serás que és uma Pessoa muito Importante?...
Entre o sim e o não, ficámo-nos pelo SIM. E, escrevi no quadro negro de ardósia: Eu sou uma pessoa muito importante.Utilizando o método global de palavras adequado à nossa realidade, passámos ao estudo das palavras com necessidade de uma atenção mais profunda. E, há logo uma aluna que diz:
-- Ó professora, na palavra importante está a palavra porta. Nunca me tinha passado pela cabeça tal análise. Foram as próprias crianças que construíram a aula, a partir de então. A professora limitou-se a seguir o raciocínio dos/as alunos/as e a provocar algumas ideias que já estavam na nossa mira, há algum tempo.
Encostada ao quadro, nem queria acreditar no que ouvia.
--Pois é, a palavra porta está além, na porta de entrada na sala.
-- E para que serve? -- Pergunta a professora.
-- Para entrar -- diz a Sofia.
-- E para sair -- acrescenta o Pedro.
-- E nós deixamos entrar cá alguém que nos faça mal? -- Continua a professora, depois de escutar o que se passava à sua volta.
-- Não. Dizem, em coro.
-- Então, que terá a ver a palavra porta com a pessoa importante que cada um/a de nós é?
-- É que nós temos uma porta no nosso corpo, -- diz a sara.
-- Pois temos, diz o João. Já aprendemos isso. É a "mente". E só deixamos lá entrar as coisas boas que aprendemos, as coisas boas em que pensamos, as coisas que nos fazem felizes.
A professora continuava expectante, verdadeiramente enternecida com o que se passavà diante dos seus olhos.
-- Mas, nós temos uma outra porta -- acrescenta o Nuno. É o coração.
Aí, a professora não resistiu e entra na conversa prolongando-a até ao limite do tempo que nos restava, numa oralidade sempre mais e mais atraente.
Depois de termos avançado o suficiente tornando este momento o mais rico possível rematámos o trabalho com esta maravilha que vos deixo:


Temos uma mente que pensa.
Temos um coração que ama
.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Que Nevão!...

É verdade. Já lá vão e não voltam. Apenas em recordações.
E, se "recordar é viver", nada melhor que reentrar no passado, algo distante, e revivê-lo nas belíssimas
paisagens cobertas do "manto branco" que dá uma profundidade intensa a toda uma vida vivida em comunhão. Uma comunhão com todos/as "aqueles/as que já lá vão", e com todos/as "aqueles/as que ainda cá estão". Não diremos tanto com todos/as "aqueles/as que virão", mas podemos dizê-lo com "aqueles/as que já cá estão". Na verdade, se o passado pode ser revivido, o presente pode ser vivido. E é
isso que mais nos deve motivar, sem deixar secar as raízes que nos ligam a tantos momentos que nos ajudaram a sentir e a viver esate presente/futuro tão íntimos que não podemos distingui-los. Porque eles se interligam de tal maneira que, neste momento, podemos dizer que "o momento de agora, já não é o de agora".
Tal é a nossa vida: (...) "Esperança que voa; um ar que mal soa..." 


E nós, ainda temos essa ousadia de desafiar o tempo presente em questeúnculas que nos fazem sofrer, em ninharias que nada nos trazem de felicidade. Decerto, há momentos em que as nossas emoções "estalam". Deixemo-las esvaziar, de
mansinho, pois até elas se vão e voltam nesse rodopiar que só uma vida com sentido pode suplantar. 
Mas, não foi muito por isso que aqui viemos, desta vez. Viemos trazer um pouco desse passado que hoje teima em nos aparecer de forma um pouco diferente. 
"O nevão encerrou escolas, as vias estão
intransitáveis". Que desgraça!...
No entanto vêem-se aqui e ali "alguns momentos de felicidade" numa guerra de "pelotada".
É caso para dizer: -- Que saudades!...
Ou, então, pegar nos nossos conviventes e levá-los "a pé" desfrutar dessas maravilhas que só uma natureza pródiga em fenómenos desta envergadura nos pode oferecer. 
Mas como, se as vias estão interropidas e não se pode passar?
Pois bem. "Antigamente" e não vão lá muitos anos, íamos a pé. De galochas, atravessávamos campos e serras, a neve penetrava, sem pedir licença, por entre as meias de lã, quentinhas, amolecendo os pés que nem sequer tinham tempo para esfriar; as escolas fechavam portas durante semanas, nesta proximidade de Natal e nem por isso os professores se preocupavam com a matéria que se não dava. É que os alunos estudavam-na. Mesmo sem aulas, nós estudávamos. Nós aprendíamos, com neve e sem neve, com gelo e
sem gelo, com frio e sem frio. E hoje? 
Nem de uma maneira nem de outra. Não se estuda. Pura e simplesmente se vive à espera que nos ensinem. E "no meu tempo" a escola era, também, escola; os alunos eram, também, alunos; os professores eram, também, professores. Sou professora. Ainda que, algo adiantada em idade, continuo firme no meu posto. E posso garantir-vos que não me preocupo com -- ensinar o que quer que seja às minhas alunas e aos meus alunos. preocupo-me, sim, com que elas e eles aprendam. E, por minha vez, disponho-me a aprender com eles. E tenho aprendido, durante meio século (já lá vão 5 décadas, não, 50 anos, e ... parece que foi ontem!...), decerto, mais do que tenho ensinado. 
Apenas tenho deixado bem vincada essa necessidade de "Ser Pessoa Importante".  
Dir-vos-ei porquê, "nos próximos capítulos".
Ia desejar-Vos "Bom Natal", mas, ainda nos vemos antes. Aliás, "Faz-se Natal todos os dias".
Deixo, apenas, um abraço fraterno e algumas imagens que nos podem ajudar a entender as maravilhas que nos proporcionam estes dias frios de Outono.
Isaura