sábado, 4 de dezembro de 2010

Que Nevão!...

É verdade. Já lá vão e não voltam. Apenas em recordações.
E, se "recordar é viver", nada melhor que reentrar no passado, algo distante, e revivê-lo nas belíssimas
paisagens cobertas do "manto branco" que dá uma profundidade intensa a toda uma vida vivida em comunhão. Uma comunhão com todos/as "aqueles/as que já lá vão", e com todos/as "aqueles/as que ainda cá estão". Não diremos tanto com todos/as "aqueles/as que virão", mas podemos dizê-lo com "aqueles/as que já cá estão". Na verdade, se o passado pode ser revivido, o presente pode ser vivido. E é
isso que mais nos deve motivar, sem deixar secar as raízes que nos ligam a tantos momentos que nos ajudaram a sentir e a viver esate presente/futuro tão íntimos que não podemos distingui-los. Porque eles se interligam de tal maneira que, neste momento, podemos dizer que "o momento de agora, já não é o de agora".
Tal é a nossa vida: (...) "Esperança que voa; um ar que mal soa..." 


E nós, ainda temos essa ousadia de desafiar o tempo presente em questeúnculas que nos fazem sofrer, em ninharias que nada nos trazem de felicidade. Decerto, há momentos em que as nossas emoções "estalam". Deixemo-las esvaziar, de
mansinho, pois até elas se vão e voltam nesse rodopiar que só uma vida com sentido pode suplantar. 
Mas, não foi muito por isso que aqui viemos, desta vez. Viemos trazer um pouco desse passado que hoje teima em nos aparecer de forma um pouco diferente. 
"O nevão encerrou escolas, as vias estão
intransitáveis". Que desgraça!...
No entanto vêem-se aqui e ali "alguns momentos de felicidade" numa guerra de "pelotada".
É caso para dizer: -- Que saudades!...
Ou, então, pegar nos nossos conviventes e levá-los "a pé" desfrutar dessas maravilhas que só uma natureza pródiga em fenómenos desta envergadura nos pode oferecer. 
Mas como, se as vias estão interropidas e não se pode passar?
Pois bem. "Antigamente" e não vão lá muitos anos, íamos a pé. De galochas, atravessávamos campos e serras, a neve penetrava, sem pedir licença, por entre as meias de lã, quentinhas, amolecendo os pés que nem sequer tinham tempo para esfriar; as escolas fechavam portas durante semanas, nesta proximidade de Natal e nem por isso os professores se preocupavam com a matéria que se não dava. É que os alunos estudavam-na. Mesmo sem aulas, nós estudávamos. Nós aprendíamos, com neve e sem neve, com gelo e
sem gelo, com frio e sem frio. E hoje? 
Nem de uma maneira nem de outra. Não se estuda. Pura e simplesmente se vive à espera que nos ensinem. E "no meu tempo" a escola era, também, escola; os alunos eram, também, alunos; os professores eram, também, professores. Sou professora. Ainda que, algo adiantada em idade, continuo firme no meu posto. E posso garantir-vos que não me preocupo com -- ensinar o que quer que seja às minhas alunas e aos meus alunos. preocupo-me, sim, com que elas e eles aprendam. E, por minha vez, disponho-me a aprender com eles. E tenho aprendido, durante meio século (já lá vão 5 décadas, não, 50 anos, e ... parece que foi ontem!...), decerto, mais do que tenho ensinado. 
Apenas tenho deixado bem vincada essa necessidade de "Ser Pessoa Importante".  
Dir-vos-ei porquê, "nos próximos capítulos".
Ia desejar-Vos "Bom Natal", mas, ainda nos vemos antes. Aliás, "Faz-se Natal todos os dias".
Deixo, apenas, um abraço fraterno e algumas imagens que nos podem ajudar a entender as maravilhas que nos proporcionam estes dias frios de Outono.
Isaura

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