quarta-feira, 27 de maio de 2009

Inícial ... Continua.

Cá estamos, de novo, a completar o pensamento do autor: Perrenoud 2004 que, de forma peremptória, continua a dizer-nos que: "Esto no es más que el principio..."

Assim o deveria ser, assim tem que o ser. Caso contrário, cairemos no marasmo de uma educação deseducada. Não sei se é isto mesmo que está a acontecer!...
Então, aí vai:

"(...) Por conseguinte, seria absurdo desenvolver a prática reflexiva durante a formação inicial para deixar de se preocupar pelo que acontecerá na contínua. Esta é um trabalho que devem levar a cabo os inspectores, os directores dos centros, os responsáveis da formação contínua, dos sindicatos e da instituição educativa em completo. Apresentar-se num centro com uma atitude reflexiva, e ouvir dizer que molestamos todo o mundo com perguntas que ninguém quer escutar, é suficiente para esfriar um bom número de jovens ensinantes.
Assim, é nosso desejo que a prática reflexiva se converta na referência dos inovadores, dos formadores, dos autores de meios e métodos de ensino e dos directores, e que não percamos nenhuma ocasião de a estimular, oferecendo lugares e recursos tais como seminários de análises de práticas, grupos de intercâmbio sobre os problemas profissionais, seguimento de projectos, supervisão e ajuda metodológica".

Daria "pano para mangas" esta proposta, esta aposta, este conselho, este desafio, se e desde que a educação fosse, de verdade educação; se os profissionais fossem humildes a ponto de alinhar com o pensamento socrático (não haja confusões!...) "só sei que nada sei".

E, para não conspurcar o que pode ser uma lição de vida, de verdade, de prática quotidiana, vamos ficar-nos por aqui...
Que isto nos sirva de reflexão; que isto nos ajude a ver «as coisas educativas» com olhos diferentes, com um olhar de verdadeiros/as educadores/as.

Voltaremos, decerto, ainda que, tão só, para falar do nosso percurso de tentativas sucessivas de inovação.
Até lá, um abraço a quem connosco ama o que faz. Isaura.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Reflectir...Reflectir... Reflectir...

Esto no es más que el principio...

Eis um título que vem surpreender um pouco deste marasmo em que a educação caíu; eis um pensamento que nosfez recuar no tempo em que, como professora de um grupo de vários grupos de professores em formação inicial, discutíamos estas «coisas» educativas.
Em 2004, como hoje, decerto, o autor vem alertar-nos para esta realidade que não cabe neste pedaço de papel; para esta realidade que vivemos em cada dia: "O saber analisar não se aplica a menos que se utilize. Uma vez que determinados «enseñantes» o adquiriram durante a formação inicial irão utilizá-lo em qualquer situação que se lhes apresente, já que a prática reflexiva se converteu numa parte da sua identidade profissional. Outros, se são enviados para um lugar tranquilo, deixarão de «reflexionar» enquanto forem controlando as dificuldades dos começos. Sabemos que à medida que a sua carreira avança, um grande número de «enseñantes» se orienta, enquanto pode, para as zonas residenciais e para as classes acomodadas. Podemos interpretar esta migração como um escape, um sonho de tranquilidade. No entanto, nestas zonas e nestas categorias, também existem os alunos que sofrem, fracassam ou abandonam, mas não o suficiente como para por em crise o sistema educativo e o ofício ..."

Recordo, com alguma saudade, as inúmeras vezes que colocávamos sobre a mesa estes dados e sobre eles deixávamos algumas pistas de saída numa mensagem amiga:
-- Enquanto tivermos a cargo esse material humano que são as nossas crianças, que não têm culpa alguma dos nossos «desaires» profissionais e mesmo pessoais, sejamos educadores de verdade. No entanto, nunca deixemos de procurar o nosso local de realização pessoal, a nossa realização plena de seres construtores de sonhos mais vastos e, se não conseguirmos satisfazer os nossos anseios de «enseñantes», se não conseguirmos encontrar aí a nossa felicidade, não hesitemos em mudar de profissão.

Nesse tempo, ainda haveria algumas hipóteses de mudança.
Hoje, há que aguentar. Mas, façamo-lo de alma e coração abertos à inovação, de cabeça erguida perante o cumprimento dos nossos deveres e dos nossos direitos.
Nunca a mais do mesmo. Porque esse está completamente ultrapassado...
Na próxima mensagem poderemos reflectir sobre o resto que Perrenoud (2004:66-67) nos deixa como remédio salutar.
Até lá, votos de Bom Trabalho. Isaura.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Todos somos IMPORTANTES

"O saber analisar não se aplica a menos que se utilize" (Perrenoud, 2004:66).
Na verdade, assim o consideramos. A ilustração de um caso que se passou, segunda-feira, dia 20.Maio (px.p.) com alunos de seis/sete anos, numa turma altamente homogénea (com que não podemos concordar, muito menos pactuar, muito menos quando, essa homogeneidade nos surge pela negativa: isto é todas as crianças com problemas familiares muito complicados...)
Mas, estas são outras tantas questões com que nos debatemos dia a dia sem conseguir algo que nos possa realizar como pessoas e como profissionais. Iremos falando destas coisas em outras ocasiões. Havemos de ter, infelizmente, muitas oportunidades.
Voltando ao acontecimento...
Na Prova Aferida de Português surgia uma questão que se pode resumir, mais ou menos, da seguinte forma:
-- «A Cegonha só gostava de conviver com animais grandes, porque só os grandes são importantes».
Achei piada e, em voz alta, reflecti perante uma turma de alunos de 1.º ano de escolaridade:
-- Ora aqui está uma pergunta que considero de muita actualidade!...
Lida, em voz alta e solene, como se impõe a qualquer professor que se preze, vem-me a resposta de um aluno (são seis meninos e uma menina):
-- Não, professora. IMPORTANTES SOMOS TODOS.
-- MARAVILHA!... -- respondi eu.
E a conversa continuou seguindo o mesmo ritmo que tem levado ao longo de todo o ano.
E, agora, que fique para reflexão dos ADULTOS que, porventura, nos leiam...
Não vale a pena dizer mais o que quer que seja. No entanto, vejamos o que acontece na sociedade actual.
Então, é caso para perguntar:
-- Cumpre a Escola a sua missão de ajudar a formar cidadãos de qualidades superiores?...
-- As Famílias estarão à altura da evolução dos tempos?...
-- Os Responsáveis Políticos estarão à altura de proporcionar esta formação?...
-- O Exemplo arrasta...
Voltarei em breve para mais propostas de reflexão, prometo. Até lá, um abraço amigo, Isaura.

sábado, 16 de maio de 2009

Ser PESSOA


Há quanto tempo!...


Na verdade há muito tempo que não nos encontramos, ainda que nunca tenhas saído do meu pensamento e do meu coração.


É verdade!!!...


Até poderá parecer ridículo, nos tempos que correm, porque correm mesmo e a uma velocidade imparável, falar-se hoje destas coisas: mente e coração.


Só de loucos!... Mas como cada qual tem a sua «mania», não poderia fugir à regra.


A minha loucura é mesmo esta: EDUCAÇÃO.


E verás que até tenho razão para passar por aqui. Nestes últimos tempos têm acontecido coisas do «arco da velha»... Tu sabes o que isto quer dizer?... Sabes, sabes!...


Mas eu irei (raramente falo em nome pessoal, mas desta vez foi e não corrijo...) dizer ao longo dos tempos mais próximos, porque creio que vim para ficar, mais uma vez o refiro, muitas coisas que, fazendo parte de um passado muito próximo, necessitariam de vir a lume para que «ALGUÉM» possa ir tomando as rédeas de um percurso onde todos tenhamos lugar. Sabemos do que estamos a falar, não sabemos? Por isso aqui estaremos a confidenciar essas coisas que marcam uma etapa de vida final em vários campos, mas nunca a vida de ser PESSOA.


Aprendi isto mesmo com os meus queridos alunos que, adolescentes, jovens, adultos, alguns DOUTORES, outros simples DONAS DE CASA, TRABALHADORES DE RUA, continuam a chamar-me, no meio dessa rua: PROFESSORA!:::


Há, ainda, muitos que não conseguiram, apesar das mudanças de que se arrogam, deixar de lado um tratamento que, em ANGOLA se usava muito para toda e qualquer mulher: DONA...!:::


Aqui fica um pedacinho do muito que esses meus alunos pequenitos grandes PESSOAS me ensinaram.


Até breve. Prometo. Um abraço, Isaura.