terça-feira, 29 de setembro de 2009

Percursos que vale a pena...

Trás-os-Montes!... A mais bela região de Portugal. Não é por ser aquela que me ajudou a criar momentos de verdadeira alegria, de extrema felicidade, mas por ser aquela que continua a prender-me a atenção, aquela que continua a motivar-me, educativamente falando, aquela que conseguiu abrir caminhos de sucesso pessoais, aquela que me foi redobrando a força de viver intensamente num contexto morfológicamente belo, num contexto socialmente «agreste».

Nunca foi meu apanágio prender-me a esses aspectos. Contudo, creio que vale a pena prevalecer neles, ainda que por breves momentos, quanto mais não seja para partilhar um pouco deste estádio vital que, de certa forma, incomoda, mexe, proporciona espaços e tempos de reflexão de uma valia incalculável que nos podem acabrunhar momentaneamente, mas que nos ajudam a mudar a nossa vida de meros transeuntes neste "Vale de Lágrimas" em que muito poucos se detêm para fazer dele um vale de rosas, ainda que com espinhos.


Poderá parecer um lamento. Não o é.

Serão, tão só, sentimentos que vêem à tona para ajudar a trazer um pouco de luz nas sombras que não deixam de ir perturbando o caminho de quem não consegue ver mais longe.


E, como "na terra dos cegos quem tem um olho é rei" torna-se cada vez mais que presente , cada vez mais que necessário, cada vez mais urgente, mudar o rumo de caminhos traçados por quem tem "a faca e o queijo na mão" para podermos caminhar em conjunto, lado a lado em busca de ideais que nobilitem a nossa acção de meros transeuntes num mundo da EDUCAÇÃO que valeria a pena ser diferente.



Por agora deixo-vos com as maravilhas deste rincão onde a cor do céu se (con)funde com a cor dos campos pintalgados de negro, aqui e ali, por mãos de quem não teve a oportunidade de realizar esses percursos que, mesmo assim, vale a pena...


Voltarei. Decerto, mais só do que nunca. Porém, voltarei para (re)afirmar «Percursos que vale a pena»...

Isaura

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Virar de Página...

Por mais que custe voltar a este assunto, não posso, de forma alguma, seguir em frente sem que surja uma avaliação final de uma temporada que prometia: PNEPemCHAVES. Pelo menos, assim o pensava. Agarrei este projecto com uma convicção plena de que a formação de professores/educadores só desta forma poderia alcançar, aliás, ir alcançando o sucesso educativo por que sempre pugnei.
Sem sequer me arrepender de uma adesão total, transformada em entusiasmo partilhado por muitos dos colegas que a ele aderiam, despreocupadamente, partilhando as mesmas intenções, não posso, de forma alguma aceitar o desfecho final:
  • Interrupção do mesmo fora de tempo, tal como pode ser comprovado no portfólio iniciado numa segunda etapa, já que a primeira estava vencida com sucesso, ainda que relativo, como qualquer projecto que se inicia;
  • Substituição da Formadora Residente sem uma palavra justificativa de tal mudança.

Sem que tivesse esboçado qualquer tipo de manifestação, ouvi, serenamente, na passada reunião de Departamento de professores do 1.º ciclo que iria passar uma folha para inscrições no PNEP com a apresentação nominal do Novo Formador Residente.

Sinceramente!...

Apenas surge uma pergunta a que teria todo o direito de Resposta se "O Pessoal Responsável" tivesse a coragem de explicar tal substituição.

Todos sabemos, decerto, as razões de tal atitude. Há que assumi-las, desmistificá-las, esclarecê-las, justificá-las, ... perante quem se deu e se continua a bater por uma EDUCAÇÃO TOTAL.

Assim... Não. Não podemos deixar Páginas da Vida em branco. E esta ficou. E, perdoem-me dizer-Vos que esta ficou pintada de Negro!...

Resta-me desejar, bem cá do fundo, todo o sucesso para o Novo Formador Residente.

Não posso deixar de manifestar o meu PESAR a quem trata a EDUCAÇÃO desta maneira.

Até breve. Isaura.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

É bom voltar... Ainda que...

Na realidade é muito bom voltar a este espaço que sempre se norteou pela positiva no que concerne à educação. Muito embora pesem imenso as contrariedades com que, a maior parte das vezes, nos confrontamos, o regresso é sempre um momento digno de referência. É isso mesmo que vale a pena relatar.
Faço-o com pleno respeito por todos quantos ainda se encontram no plano embrionário da educação; faço-o no pleno uso dos direitos de educadora com alguns anitos de serviço a uma causa abraçada com muito amor por todos quantos tive a feliz oportunidade de aprender. E foram tantos, quantos continuam a ser. Por eles prosseguirei uma caminhada tão velha e tão nova, apenas com dois objectivos:
  • servir a causa educativa
  • colocar à disposição tudo quanto fui aprendendo.
Contudo, tenho que admitir que nem mesmo isso se torna muito fácil neste Mundo que deus construiu e ofereceu como dádiva ímpar à felicidade do Homem, à sua liberdade plena.
Pegando num livro «leve» que pudesse ser transportado num «pequeno saco» e servir de companhia no momento em que a companhia humana falta, encontrei-me com uma mensagem que adoptei à muito tempo e que me caíu nas mãos como um dom de Deus.
O autor é Teófilo Minga e diz tão simplesmente o seguinte:

(...) Falava do "meu" saber, entre aspas. Certamente que é um saber que é meu, na medida em que sou eu que o possuo. Mas, de facto, considero-o, antes de tudo, um dom de Deus, um dom que deus me deu com a responsabilidade de o colocar aos serviço dos outros ... É asssim que vejo esse "meu" saber: um dom para ser bem administrado, mais do que uma possessão da qual poderia vangloriar-me.

E acrescenta, em modo de reflexão e de convite:

"O saber é um poder que pode ser mal administrado, que pode servir de vanglória para o egoísmo".

É, pois, com a maior veemência que faço das suas palavras as minhas palavras: "No meu caso, sabendo que é um dom que me foi oferecido, tento torná-lo dom para os outros, colocando-o, muito simplesmente, ao serviço dos outros".

Só que no meu caso, é bem diferente. Lamento, profundamente que assim tenha que ser.
Ainda que saiba que há quem o deseje, não há estruturas educativas onde possa concretizar-se. O jogo de interesses pessoais / individuais pesam muito mais que os interesses colectivos ou mesmo o interesse de grupos. Pior, ainda, quando os jogos de uma política partidária são um entrave à competência e um abuso de poder que tem que acabar.
Ainda que seja muito difícil temos que acreditar que «a verdade vem sempre ao de cima". Ou será que teremos que continuar a gramar que «na terra dos cegos quem tem um olho é rei», ou pior, ainda: «vão as leis para onde querem os reis»?!...