domingo, 15 de março de 2009

Profundidades

(...) nos países desenvolvidos, os ensinantes dominam bastante bem os conhecimentos que devem transmitir. Sempre se pode considerar que uma maior cultura e um maior domínio da teoria aumentarão a sua imaginação didáctica e a sua capacidade de improvisação, observação, planificação e trabalho e a partir dos erros ou dos obstáculos com que os seus alunos se deparam. Nunca é inútil saber mais, não para transmitir tudo quanto cada qual sabe, mas «ter margem», dominar a matéria, relativizar os conhecimentos e adquirir a segurança necessária para aplicar os métodos de investigação com os alunos e alunas, melhor ainda, para orientar o debate face aos conhecimentos a adquirir, a expandir, a seleccionar (...).
É mais ou menos isto que Perrenoud (2004) nos deixa para reflexão, quando se refere à compensação da superficialidade da formação profissional.
Numa tentativa de transposição do pensamento do autor para a realidade que nos é bem familiar, atribuímos um título bem sui-generis, por duas razões que gostaríamos de fundamentar:

1. Educamos pela positiva -- Vemos o mundo que nos cerca pelo lado que gostaríamos que ele existisse. Portanto, a profundidade profissional conquista-se a pouco e pouco, buscando o alimento que há-de a nossa imaginação, bem como as capacidades que entroncam nesse saber mais aludido nesta passagem que relevamos.

2. O conhecimento didáctico -- Temos tentado aprofundar o mais possível, como arte e como ciência, dentro dos limites que caracterizam a nossa actuação profundamente ligada ao ambiente de trabalho, de convívio, de ser e de estar de uma população cuja evolução nos parece ter estagnado, se não, retrocedido. Em muitos casos é isso mesmo que temos consciência ter acontecido.
Com uma mágoa profunda o constatamos. A didáctica deixou de ter o peso educativo que muitos autores tentam, já, reevocar. Assumiu-se, em nosso entender, uma certa "Pedagogice: Presunção de pedagogo" (Grande Dicionário Enciclopédico, 2000) que uma Pedagogia cujo significado nos é dado como: "Arte, filosofia e ciência da educação e do ensino (em particular das crianças)" (a mesma fonte).

Até por isso nos consciencializamos que a infantilização desta "arte, ciência, filosofia..."tenha sofrido de mal entendidos o que pode ter gerado um desfasamento tal que «estas coisas» de aprofundamento profissional atingiu a tal superficialidade de formação que urge alterar, que se torna imprescindível reformular para reformar, para inovar.
Esta inovação terá que começar por nós, ensinantes, como lhes chama o autor em questão.
Ainda que sem esquecer os princípios defendidos por muitos pedagogos, jamais deixámos de reconhecer na didáctica o fulcro da nossa actuação.

Haja quem conteste. Agradeceríamos imenso, pois admitimos, também, a nossa capacidade de errar.
Um abraço e até breve, Isaura

sexta-feira, 13 de março de 2009

Reflectir para ...

Como é engraçada a nossa Língua...
Como é profunda a Língua que se fala em Português...
Como seria bem mais fácil entendê-la, se fôssemos capazes de fazer cada palavra em pedacinho, para que o seu sentido mais profundo, pudesse penetrar no mais íntimo de todo o nosso ser...
Senão, reparemos nas duas palavras que que nos servem de suporte, neste momento: "reflectir / inflectir".
Cremos que, tanto uma como outra nos levam a uma "flexão", a uma "flexibilidade", a uma "paragem", a uma "curvatura",  a uma "dobragem" (...), do corpo e da alma, do físico e do espírito, do raciocínio e dos afectos, para "re...", para "in...". Só assim estaremos prontos para poder responder a tantas questões que, quotidianamente, e, a cada momento, se nos levantam.
Valeria a pena trazer até nós próprios uma das passageens que Perrenoud, muito recentemente, (2004) nos apresenta como força das convicções que partilhamos.
Aqui ficam, pois, as "dez razões, vinculadas de forma muito díspar à evolução e às necessidades recentes dos sistemas educativos" para quem as queira ir analisando:
  • Compensar a superficialidade da formação profissional.
  • Favorecer a acumulação de saberes de experiências feitas.
  • Acreditar numa evolução para a profissionalização.
  • Preparar para assumir uma responsabilidade política e ética.
  • Permitir fazer frente à crescente complexidade das tarefas.
  • Ajudar a sobreviver num ofício impossível.
  • Proporcionar os meios para trabalhar sobre si mesmo, sobre si próprio.
  • Ajudar na luta contra a irredutível alteridade do aprendiz.
  • Favorecer a cooperação com os companheiros.
  • Aumentar a capacidade de inovação.

Desejando, na verdade, que o trabalho de equipa se estabeleça entre nós como fonte de uma aprendizagem que urge não somos indiferentes a este pensamento que tentamos levar à prática.
Necessitamos de VOLUNTÁRIOS.
Até à próxima. Um abraço, Isaura.

terça-feira, 10 de março de 2009

Semana da Leitura

Estamos na escola à espera de quem há-de vir. Acredite-se que temos sempre "clientela" para tagarelar um pouquito sobre algo que nos diga respeito: educação.
E muito!...
Tivemos hoje momentos altamente agradáveis cujos testemunhos fotográficos estão, ainda, "enrolados".

Estamos a comemorar a Semana da Leitura.

E, acredite-se que temos tido uma adesão fantástica por parte da Comu nidade Educativa.

Gostaríamos, ainda, de referir que a imagem que ilustra este espaço, foi escolhida a preceito. A legenda adequa-se -- Inverno ...
Mesmo no Inverno as pessoas encontram-se sempre disponíveis, até porque o "tempo" tem sempre a sua razão de ser.
Como não temos clientela para além da habitual, vamos deixar espaço e tempo para que outros e outras possam dar o seu contributo. Participa. Ficamos à espera.
Um abraço amigo, Isaura.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Trabalho de Equipa

Conhecedoras das vantagens que um verdadeiro trabalho de equipa nos pode trazer, começámos, depois de muitas tentativas e apelos, a iniciar-nos numa aprendizagem que poderá vir a transformar um trabalho rotineiro, ou, talvez não, o tempo o dirá, num trabalho mais aliciante, porque, com sentido de entrega, doação, partilha, responsabilidade e tantos outros valores que gostaríamos de trazer para as luzes da ribalta educativa em que sempre estivemos empenhadas.
Não haja dúvida que quem nos conhece sabe que somos capazes de sair da concha em que tentaram encurralar-nos e dar um contributo valiosos, num empurrão que há-de abarcar mais gente que, como nós, se tem mantifo fiel aos ideais de mais e melhor educação.

Que o digam os nossos alunos de ontem, de hoje, de sempre, que os digam os seus progenitores, que o digam, ou talvez não haja coragem para tal, os nossos colegas de carteira, de escola, ou mesmo os nossos superiores que nunca souberam apreciar os valores que se encontram espalhados por este rincão transmontano e por esse País à deriva em busca de quem nos conduza a melhores dias de trabalho...

Faltam, na realidade, os timoneiros em quem se depositaram deveres que apenas são entendidos como direitos que nós temos à mistura, já que a cada direito lhe assignamos um dever. Aqueles, temo-los cumprido, na íntegra; estes têm andado completamente arredios... Sabe-se lá porquê...

Até sabemos, decerto. Toda a gente sabe; toda a gente fala disto e daquilo.´

Só falta levá-lo a sério com a sereiedade e a serenidade que as exigências consentâneas, entre uns e outros, nos debitam.

Seria exigir demais?...
Em breve haverá mais. Estou na hora do almoço, com tempo limitado para regressar ao trabalho...
Até logo. Um abraço, Isaura.