sexta-feira, 30 de maio de 2008

PNEPemCHAVES: Paragem

Estive um pouco à margem desta nossa conversa reflexiva que vamos mantendo há alguns meses e que, espero, tenha a continuidade que protagonizamos em cada uma das mensagens que vamos deixando.
Porém, não estive longe desta realidade virtual criada a que aderimos sem reservas. Custou. Se custou!...
Não obstante, hoje, é caso para dizer que a falta de ... «qualquer coisa», seja ela o que for, nos leva a reconhecer quão importante se torna, o é para nossas vidas.
É essa importância que devemos reconhecer-lhe, quando a possuímos. Sentir a sua falta é algo de nobre, mas saboreá-la, vivê-la, respeitá-la, gozá-la pela reciprocidade prazenteira que ela nos oferece, que ela nos possibilita, que ela nos proporciona, é algo de muito mais sublime. Valorizar essa «qualquer coisa» na sua presença é como que agradecer-lha, reconhecer o seu valor, dizer-lhe que, sem ela, a vida resultaria muito mais pobre.
E, se isso acontece com as «coisas» mais simples ou mais complexas, o que não acontecerá com as pessoas?
Será que lhes damos o valor que elas representam em si mesmas? Será que reconhecemos a sua presença bem-fazeja? Será que sabemos agradecer o seu talento, a sua missão, a sua disponibilidade, a sua generosidade, a sua entrega? Será que somos capazes de lhe oferecer um bocadinho de estímulo? Será que sabemos contar com o que elas nos podem dar? Será que conseguimos promover a sua auto-estima?
Divaguei, decerto, um pouco para dizer que este espaço me fez muita falta nos dias em que estive privada da Net. Independentemente dos percalços, das contrariedades, dos medos, dos anseios, dos tempos gastos até conseguir o domínio de mim mesma perante as inúmeras vezes que tive que recomeçar para ... das múltiplas dificuldades por que passei pela ignorância com que parti em busca de novos saberes, de novas competências, não há dúvida que é uma ferramenta que me dá muito jeito.
O analfabetismo informático é tão preocupante, hoje, como o analfabetismo literário, o era ontem e o continua a ser hoje.
Há que não nos acomodarmos a situações de exclusão. Há que conquistar novos espaços e novos tempos. Há que dominar a inércia e o isolamento. Há que saber dizer SIM, sem reservas...
Talvez por isso e não só, aqui deixo a minha mais sentida e profunda gratidão a todos quantos e a todas quantas nos legaram este meio que temos que aproveitar e rentabilizar para voos sempre mais altos. Até sempre, Isaura.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O maravilhoso da leitura....o conto!!!



"Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo.”
Miguel Torga



Ouvir e ler histórias é entrar num mundo encantador, cheio ou não de mistérios e surpresas, mas sempre muito interessante, curioso, que diverte e ensina. É na relação lúdica e deleitosa da criança com a obra literária que temos uma das possibilidades de formarmos o leitor. É na exploração da fantasia e da imaginação que se instiga a criatividade e se fortalece a interacção entre texto e leitor.
Quem de nós não lembra com saudades as histórias lidas e ouvidas quando criança? Aquelas histórias contadas pelos nossos pais ao pé da cama antes de dormir... Ou aquelas contadas e interpretadas pela professora nos primeiros anos de escola...
Na interacção da criança com a conto está a riqueza dos aspectos formativos nele apresentados de maneira fantástica, lúdica e simbólica. A intensificação dessa interacção, através de procedimentos pedagógicos adequados, leva a criança a uma maior compreensão do texto e a uma compreensão mais abrangente do contexto.
Uma obra literária é aquela que mostra a realidade de forma nova e criativa, deixando espaços para que o leitor descubra o que está nas entrelinhas do texto.
Os contos trazem consigo inúmeras possibilidades de aprendizagem. Entre elas estão os valores apontados no texto, os quais poderão ser objecto de diálogo com as crianças, possibilitando a troca de opiniões e o desenvolvimento da sua capacidade de expressão. O estabelecimento de relações entre os comportamentos das personagens da história e os comportamentos das próprias crianças na nossa sociedade permite desenvolver os múltiplos aspectos educativos da literatura infantil.
A literatura infantil, diz Cademartori em1994, “configura-se não só como instrumento de formação conceptual, mas também de emancipação da manipulação da sociedade. Se a dependência infantil e a ausência de um padrão inato de comportamento são questões que se interpenetram, configurando a posição da criança na relação com o adulto, a literatura surge como um meio de superação da dependência e da carência por possibilitar a reformulação de conceitos e a autonomia do pensamento.” Mesquita (2004)
Ou seja, o conto forma leitores e ao fazê-lo contribui para valorizar a diversidade cultural, valoriza as etnias, mantém a História viva (para que cada um se sentia vivo), encanta e sensibiliza o ouvinte, estimula o imaginário, articula o sensível, toca o coração, alimenta o espírito, resgata significados para a nossa existência e reactiva o sagrado.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

A escrita como processo

A escrita desempenha, em contexto escolar, um papel preponderante: facilita a aquisição dos diversos conteúdos curriculares; tem e terá cada vez maior peso na avaliação, à medida que o aluno avança na escolaridade. O domínio da expressão escrita melhora inequivocamente a realização pessoal, a autonomia, a auto-confiança e mesmo a auto-estima.
Por isso cabe ao professor:

i) Promover práticas de escrita organizada e intencionalmente orientada.
ii) Ensinar a escrita como processo e não como produto.
iii) Focalizar a atenção do aluno, não só nos objectivos de carácter linguístico mas também nos designados objectivos retóricos, como a consideração do destinatário e as finalidades do texto.
iv) Promover determinados comportamentos de escrita e, posteriormente, rotinizar esses comportamentos.
v) Utilizar as tecnologias da informação, neste caso, o computador, para incentivar os alunos e familiarizá-los com este meio auxiliar.

Na era da Informática

Com o enorme e veloz desenvolvimento da electrónica, assistimos a alterações cada vez mais rápidas e significativas nas técnicas de comunicação ao nível da formação. Para isso, tem contribuído a diminuição constante dos custos das tecnologias inerentes a esse desenvolvimento. Actualmente é relativamente fácil o acesso a essas tecnologias. Ao mesmo tempo, a Internet entrou nos hábitos quotidianos de muita gente, de modo particular dos jovens e está a influenciar determinantemente o seu modo de pensar, de agir e de viver. Este é um meio que veio dar mais uma possibilidade de comunicação eficaz, com muita mais rapidez. No entanto pode desfavorecer a comunicação directa, autêntica e face-a-face. Por isso parece-me oportuno reflectir sobre o contributo real que estes instrumentos da comunicação possam dar a quem tem um papel formativo. Há que aproveitar todas as suas potencialidades e usá-las criteriosamente. Como diz Jacinto Jardim em Método da Animação "...as técnicas são meros amplificadores das capacidades humanas e não varinhas mágicas nas mãos dos formadores...".

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Trabalhos dos alunos de 2ª ano de Santo Amaro

A partir de um poema de Maria Alberta Menéres os alunos escreveram os seus próprios textos


ANIMAIS COM "L"


Um dia o leão, a leoa, a lesma,
a lagarta e o leopardo ,
repararam que os seus nomes começavam todos por L .
Disseram todos ao mesmo tempo:
_Que bonito!
A lagartixa, o lacrau,a lebre e o lince
repararam que os seus nomes
também começavam por L.
E disseram todos assim:
_ Que bonito!
Veio logo um lobo a gritar:
Esperem,
Esperem por mim!

............................................................( Pedro e Guilherme)


ANIMAIS COM "C"

Um dia o coelho, o cão, a cadela e o cabrito
repararam que os seus nomes
começavam todos por C.
Disseram todos ao mesmo tempo:
_ Que bonito!
A coelha, a cobra e a cabra
repararam que os seus nomes
também começavam por C,
e disseram todos assim:
- Que bonito!
Veio logo um crocodilo
e um cavalo a gritarem:
Esperem, esperem por nós!

..............................................................( Elian e Luís)


COALA E OS AMIGOS

Um dia o coala, o cão , a cobra
a coruja, o cavalo e o carneiro
repararam que os seus nomes
começavam todos por C .
Disseram todos ao mesmo tempo:
_ Que bonito!
O crocodilo, a cavala, o cavalo-marinho,
o carapau, o camarão e o caracol,
repararam que os seus nomes
Também começavam por C.
E disseram todos assim:
- Que bonito!
Veio logo um camelo e um cuco a gritar:
_ Esperem, esperem por nós!
.........................................................(Diogo Nuno e Carlos)

ANIMAIS


Um dia, a andorinha, a águia e a abelha
repararam que os seus nomes
começavam todos por A .
Disseram todos ao mesmo tempo:
-Que bonito!
As anémonas e as algas do mar,
a alfazema e o alecrim do jardim
repararam que também o seu nome começava
por A ,
e disseram ao mesmo tempo:
_ Que bonito !
Veio logo um albatroz a gritar:
_ Esperem, esperem por mim!
..............................................................( Sofia e Diogo Reis)

domingo, 25 de maio de 2008

Uma estratégia para organização da leitura...

Estratégias de organização da leitura

Orientar (1.ª abordagem que o aluno faz ao texto, para se motivar ou para se inteirar sobre o texto, capa, desenhos, esquemas...);

Questionar o texto (estabelece objectivos, organiza a informação, utiliza os conhecimentos prévios, formula e testa hipóteses);

Reler (relembra os temas ou títulos que vai dando em cada parágrafo);

Analisar (conhece o texto e o tema em profundidade, capta as ideias principais e secundárias, detalhes relevantes, vai tendo uma opinião crítica profunda e reflexiva do que selecciona);

Sublinhar (melhor compreensão e retenção da informação, ajuda a fixar e relacionar os novos conteúdos com os pré-existentes);

Parafrasear (recontar o que leu por palavras suas, utiliza competências cognitivas e metacognitivas);

Resumo (exige uma maior atenção, motivação e capacidade de seleccionar informação relevante sobre o tema) (cf. Carina, Silva, Monteiro e Diniz, 2001).

O acto da escrita....

O que é escrever?

“O acto de escrita é um acto complexo que envolve vários aspectos que visam, como fim último a comunicação.Vilas Boas, 2001
Antigamente o professor, proporcionava poucos momentos de escrita, dava mais importância à Gramática. Actualmente, o professor dá mais realce, ainda que com certas lacunas, à escrita tendo como principais objectivos:
●Organizar ideias.
●Expressar ideias de forma clara, espontânea e criativa.
●Estabelecer uma sequência lógica, com observação das normas da estrutura correcta das orações.
●Reforçar as estruturas gramaticais, os idiomas, o vocabulário.
●Comunicar com o leitor.
●Explorar um tema, familiarizar-se com as convenções do discurso.
●Produzir textos coerentes que expressem ideias, desenvolvam informações e que desafiem leitores.
Escrever é um automatismo como ouvir, falar e ler.
Só se aprende a escrever, escrevendo!

PNEPemCHAVES: Escrevo para o Outro


Foram muitos os momentos que originaram encontros desta envergadura. Digo, foram, porque passaram, não sem que pudéssemos partilhar ideias e ideais, sonhos e realidades, utopias e verdades que as nossas crianças conseguem despoletar nelas e em cada um/a de nós.
Talvez por isso, desta vez possamos dizer: "Escrevo para o OUTRO, depois de ter escrito para MIM".
É que, cada qual à sua maneira expressava, no "Quadro Negro" e/ou no "papel", as ideias que gostaria de transmitir sobre o tema que se tinha decido reflectir.
Daí surgiam estratégias interessantíssimas que se iam concretizando à medida que avançávamos.
A organização geral do trabalho era feita por etapas.
Numa primeira etapa, firmávamo-nos numa necessidade premente. Discutíamos o porquê da nossa preocupação, procedíamos, depois, ao levantamento dos recursos materiais e humanosdisponíveis para podermos avançar num trabalho de investigação. Por fim, delineávamos a maneira de nos organizarmos. Geralmente esta organização sucedia em função dos temas alvos a tratar. Os recursos previstos não interferiam muito neste tipo de organização, uma vez que, tudo o que conseguíamos arranjar, era depositado na sala de aula, em local destinado para isso e servia para todos os intervenientes de cada grupo, fosse qual fosse o assunto destinado a cada um.
Numa segunda etapa, procedíamos à organização do material recolhido. Cada grupo procurava, de acordo com as hipóteses em questão, o setoque educativo que lhe fazia falta. Organizado o material havia que proceder a uma consulta mais atenta o que, por vezes, nos levava a uma redistribuição do mesmo.
A fase que se segue é a de um primeiro contacto com a escrita com registo da hipotética sequência de uma comunicação correctamente elaborada.
Assim sendo havia que ter em conta as três fases sequentes de um texto bem redigido: Introdução, Desenvolvimento do conteúdo, Conclusão. Nesta conclusão tínhamos, como princípio basilar a transposição da mensagem para a Vida. Por assim dizer, aquilo que «Tradicionalmente» chamávamos de «Lição de Moral» e que hoje se nos apresenta como "Lição de Vida". Em nosso entender a mesma coisa, dita com palavra(s) diferente(s).
Ainda nesta etapa, surgiam, como ponto de apoio à escrita, os «tópicos / ideias» a seguir.
Na «terceira etapa», cada grupo escrevia o que lhe parecia mais válido. A autonomia era total. Sob o olhar atento da professora, os textos apareciam sem grandes dificuldades. A escolha do porta-voz do grupoficava ao critério do mesmo. A princípio surgia, frequentemente, um certo egoismo que se ia desvanecendo à medida que progredíamos neste género de trabalho. Qualquer dúvida surgida era colocada e esclarecida de forma a não perturbar o trabalho dos diferentes grupos. Quando surgiam dúvidas na escrita de palavras, cada «duvidoso» escrevia no quadro e, o olhar atento da professora, anuía, corrigia, no momento, ou deixava para mais tarde onde se procedia, colectivamente, a um tratamento mais profundo.
Havia, agora que reescrever (passar o trabalho a limpo)o texto produzido. A Ilustração constituía, também, um ponto alto do nosso trabalho. Consideramos ser a força e o reforço de um trabalho complementar.
Numa quarta e última etapa procedia-se à partilha dos saberes conseguidos por cada grupo.
É, então, que surge a apresentação dos trabalhos aos colegas, aos pais, à comunidade seguundo organizações levadas a cabo e que deixaremos registadas, mais pormenorizadamente, em breve, para alguns momentos de reflexão.
É um trabalho aliciante. Surgem trabalhos verdadeiramente criativos, imaginativos, de grande estímulo para o professos e seus pares: adultos.
Iremos falando destes novas oportunidades. Até lá, fica um abraço amigo. Isaura.

Importância dos esquemas na compreensão de textos

sábado, 24 de maio de 2008

Reflexão acerca da avaliação da escrita dentro da sala de aula

Regra geral, os alunos partem do princípio que a sua missão é escrever e a do professor avaliar. No entanto, deve-se trabalhar para que este ponto de vista se altere: os alunos devem começar a ser também leitores – críticos daquilo que escrevem, adquirindo responsabilidade e capacidades suficientes para decidir se os objectivos ao escrever um determinado texto foram cumpridos, e para admitir o que está errado no texto, pois sem a noção do mal há pouca ou nenhuma esperança de que esses erros venham a ser corrigidos.
Um momento importante da avaliação escrita ocorre quando é fornecido ao aluno “feedback” acerca do que foi escrito, pois só assim poderá saber o que fez bem e quais os aspectos que terá de melhorar.
É também comum os alunos pensarem que avaliar o trabalho de outrém, é equivalente à procura de erros – de ortografia, pontuação, estruturas gramaticais, ordem frásica , etc. Ora avaliar um texto escrito passa, incontestavelmente, pela verificação dos erros que ele contém, mas passa fundamentalmente, pela comparação entre o que o aluno queria escrever e entre aquilo que o leitor lê. Como já foi referido, é vantajoso que o professor se coloque, aquando da avaliação de um texto escrito, na posição de leitor e não apenas na posição de avaliador e classificador. Isto implica que no momento da resposta / avaliação do texto, o professor deva reforçar os aspectos positivos, e não apenas apontar os erros e incorrecções. Será também útil se os alunos lerem e comentarem o trabalho uns dos outros. No entanto, o professor, no momento de avaliar e corrigir um enunciado escrito, deve lembrar-se de alguns factores: o professor deve-se concentrar, maioritariamente, nos erros que têm um efeito globalisto está relacionado com os erros que colocam em risco o significado do texto e não apenas de uma frase; deve também estabelecer prioridades no que diz respeito à correcção dos erros – querer resolver todos os problemas ao mesmo tempo, apenas vai confundir e desmotivar o aluno. Após a correcção dos erros, por parte do professor, o aluno deve analisar e descobrir onde e porque falhou.

Ao corrigir o trabalho escrito de um aluno, o professor deve valorizar:

* CRIATIVIDADE
* ESCRITA CLARA
* ENCADEAMENTO DAS IDEIAS
* PARTES DO TEXTO
* PARÁGRAFOS
* CORRECÇÃO ORTOGRÁFICA
* O ESTILO DO ALUNO

Compreensão Leitora...Esquema


Compreensão...um problema de memória!!!

Os problemas de compreensão podem ser também um problema de memória.
Os sujeitos de pobre compreensão são-no porque têm um problema num âmbito específico da memória; a memória a curto prazo ou memória de trabalho (esta permite-nos reter durante 20s a direcção de um amigo, um número de telefone...).
A memória é essencial na leitura e na compreensão. A forma como utilizamos a memória a curto prazo, as deficiências nas habilidades e estratégias para reter e recordar informação é que influenciam a pobre compreensão.
Como a memória a curto prazo tem uma capacidade limitada (vinte segundos e cerca de sete unidades de informação), retém poucas coisas de cada vez e durante pouco tempo. O sujeito compreende no momento que lê, mas não memoriza.
Se dedicarmos parte do espaço da memória a reconhecer palavras não temos oportunidade de aplicar as habilidades de compreensão. Se o vocabulário for pouco familiar esgotaremos, em inferir o significado de palavras, todos os nossos recursos. Talvez, nestes casos, nem sequer cheguemos a relacionar o significado de umas palavras com as outras, desta forma nunca chegaremos a formar a ideia que expressa cada oração: o texto seria, neste caso, uma colecção de palavras. Poderíamos até chegar a elaborar o significado de uma oração, mas não ficaríamos com espaço ou tempo para integrá-la nas seguintes, não passando o texto de uma colecção de orações.
Pode acontecer ainda que consigamos ver as relações de umas ideias com as outras, mas não podemos apreciar um sentido em todas elas, tornando-se o texto num conjunto de ideias dispersas. O mais provável é que o problema não resida tanto na memória, mas no que podemos fazer com ela. O problema parece consistir em que os maus leitores não se empenham num processo de construção activa de significado pelo que, mesmo que possuam competências de descodificação, podem não utilizar eficazmente as estratégias cognitivas e metacognitivas necessárias à elaboração e integração do significado do texto.
Este défice estratégico é hoje considerado um dos elementos chave de explicação do fracasso na compreensão.

Défice na Compreensão

Ontem, na troca de experiências que tivemos, abordou-se a temática da compreensão leitora que é deficitária em muitos dos nossos alunos.
Mais uma vez se veio confirmar a extrema importância deste processo para a aprendizagem.
Os alunos que não compreendem o que lêem, ainda que a sua leitura seja fluída, carecem de uma capacidade para actuarem de forma flexível e autoreguladora.
Como carecem de metas, também não fazem planos nem sentem a necessidade de supervisionar o processo da leitura. Não comprovam os resultados da leitura que fizeram.
Estes alunos não põem em prática todos os recursos que possuem, nem se apercebem dos desvios da realidade relativamente aos mapas iniciais aprendidos para o processo da compreensão. Este facto faz com nem sequer sintam necessidade de reajustar mecanismos iniciais da leitura/compreensão e construir novos, acabando por carecerem de conhecimentos apropriados.
Na realidade não há aprendizagem, ou seja, não utilizam os recursos e as estratégias de aprendizagem enquanto lêem.
Aprenderam a ler mas não aprendem lendo.
Não fazem inferências!
Caminham no Escuro...

Para que possam compreender um texto, os alunos, necessitam de ordenar, diferenciar e interrelacionar as ideias.
Compreender um texto é ir muito mais além e transcendê-lo, integrando as ideias do texto com as nossas.

PNEPemCHAVES: A Escola




A Escola é isso tudo e muito mais. A leitura da mensagem que nos deixa veio trazer umas tantas questões que valeria a pena desventrar.
Vou tentar pegar, apenas, numa delas e partir em divagações, porque, na verdade, pouco ou nada mais podemos fazer.
Apostar na Educação. Incontestável.
Isto recorda-me uma conversa tida em família sobre este assunto. Entre os elementos envolvidos na discussão, foi mesmo discussão no bom sentido do termo, encontrava-se o meu irmão mais novo. Entusiasmo nas palavras e nos gestos, risos entrecortados por algo muito sério, vivências diversificadas, levavam as discussões ao rubro, numa reflexão social profunda que gostaríamos levassem à mudança. E levaram, mas a longo prazo, acredite-se.
Era a Política Educativa que muita gente não crê, em questão. Então, dizia-nos esse o meu irmão que era Gerente de uma Agência Bancária, nessa altura:
-- Está enganada. A Educação não rende no imediato. Ela só rende a longo prazo. Não dá lucro,não dá dinheiro, não é negócio, não gera riqueza. Entendes?
Se entendi!... -- Ah!... Então é por isso que!...
Já lá vão uns anitos. Mas «as coisas» continuam, ainda, tal qualmente estavam. Se não pior. Creio-o mesmo. Aqui prende-se uma outra questão: O complexo e complicado Fenómeno da Globalização.
Se, tal como dizes na tua mensagem, não houve o cuidado de preparar oferecendo os «meios de manuseamento/meios de criatividade», de alertar os verdadeiros protagonistas da educação, educativa/socialmente falando, em tempo adequado e em circunstâncias de contínuidade, como podem, estes seres concretos, estas pessoas, ter consciência da sua mesmidade e da sua alteridade, valores essenciais a esse Fenómeno?
Como podem ter-se preparado para adoptar o sentido de mundialidade que há séculos reclamam os mais fracos. Sim, é por eles que «outros» se aventuram clamar por justiça social. Sem eco, decerto. Sem reflexo social passível de diferenciação pela positiva.
A escola, independentemente de ser legislada de «escola de massas» continua a surtir efeito só para quem pode. E tem caminhado, a passos gigantescos, para o estado em que nos encontramos.
Que fazer? Ainda que pareça muito pouco, o que estamos fazendo, neste momento.
Dar a oportunidade para que cada qual desperte de uma vez por todas para a aprendizagem ao longo da vida.

Andar, caminhar, estudar, ler, escrever, fazer, conviver, ser, estar, constrói-se em cada momento.
Muitas vezes temos que aceitar as condições ínfimas para parar, pensar, recuperar... e, recomeçar sempre com o mesmo vigor. Isto é indispensável.

Vamos acreditar que esta Globalização começa em cada uma/um de nós. Vamos levar esta mensagem através do nosso exemplo no nosso quotidiano.
Juntando este quotidiano que é um minuto após outro e muitos, ao quotidiano dos outros, em casa, na escola, na rua que é (deveria ser) a casa e a escola de todos iremos mudar e ajudar a fazer EDUCAÇÃO. Sozinha(s/o(s) jamais conseguiremos.
Há que pensar globalmente e agir localmente, mas optimisticamente e transmitir essa condição: "Educar pela Positiva» a todos quantos connosco (comigo, se se quiser, sem individualismos egoístas)se cruzarem.
Esta será, decerto, uma outra e boa questão para trocar impressões «Educativa/socialmente falando».
Obrigada e, um beijinho muito amigo, Isaura.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A ESCOLA


A ESCOLA
Um Bem Estrutural das Sociedades Contemporâneas
Para uns é o voltar de novo à escola. Para outros é o chegar à escola. As Novas Oportunidades estão aí. A ESCOLA de hoje terá de ser necessariamente "uma estrutura" fundamental no desenvolvimento das Sociedades Contemporâneas. Mais do que nunca os media colocam a tónica na ESCOLA como o centro de aprendizagens de novas tecnologias, que levam a um desenvolvimento económico e social sustentável, base da solidariedade que todos desejamos. O diagnóstico Global está concluído e perante tal realidade, hoje, todos sabemos que a ESCOLA vista num sentido mais abrangente (global), perspectiva-nos um novo PARADIGMA no contexto Social, capaz de nos transportar para um desenvolvimento sustentado, que nos catapultará para uma sociedade mais digna e mais justa, no percurso da Solidariedade para a Cidadania, como um Bem Social estimável.
O saber e o conhecimento advêm da investigação. É um dado adquirido, que, é a partir da investigação que obtemos as ferramentas indispensáveis para uma competição sagaz do quotidiano, não só num contexto Europeu, mas também num contexto cada vez mais Global. E não há dúvida que o futuro, para nós é já hoje. O tempo urge e por isso temos de investir na qualificação da nossa sociedade, que é pouco qualificada quando comparada com a grande maioria dos países europeus. Será esta a escola com que podemos vingar? Será esta a escola das nossas oportunidades? Então qual será a base do nosso desenvolvimento? Não somos um país europeu de pleno direito? Muitas outras questões poderiam aqui ser colocadas, porém, isso não nos compete a nós meros cidadãos, nesta ocasião (em que dificilmente teremos sentido critico).
Não é por acaso que os países do norte da Europa (nórdicos) têm desenvolvimento harmonioso (um bom exemplo a seguir), mas sim porque apostaram na Educação de carácter obrigatório, atempadamente, e hoje colhem os frutos que outrora semearam, a educação humana como mola impulsionadora do desenvolvimento social. Por isso, a escola deve ser o lugar privilegiado para a aquisição de "competências" e jamais deverá separar-se do ser humano. Esta dicotomia Escola/homem será indissociável no presente e no futuro, hoje, mais do que nunca o "espaço" e o "tempo" são imperiosos. O SABER dos tempos presentes é dinâmico, e, este dinamismo é sinónimo de INOVAÇÃO, que exigirá da ESCOLA uma actualização permanente, onde o ser humano possa beber todas as mutações sociais, no momento. A Inovação é a base do sucesso e como tal faz parte da ordem do dia, cujo embrião será obrigatoriamente o desenvolvimento económico, que partilhado por uma sociedade que soube construir a solidariedade, através das ferramentas que foi construindo de parceria com a ESCOLA, que foi construindo seres humanos conscientes e críticos do seu papel perante a sociedade, como verdadeiros actores ou agentes de mudança, no contexto social, onde se poderá verificar a partilha dos bens sociais, desde que obtenham o indispensável "desenvolvimento económico/social, sustentável. É esse o caminho! Vamos prossegui-lo de mãos dadas!...
A Profa. - Teresa Isilda Coelho (08/05/20).

PNEPemCHAVES: Escrevo para mim


Gostei de ler, mais uma vez, o repto que nos lanças. Creio que tens toda a razão. Quantos mais objectivos se puderem atingir, melhor. Este é o meu entendimento. Diversificar o público alvo das comunicações dos nossos alunos é fantástico.
Contudo, sabemos que nem sempre isso é possível.
Mas, também creio que o primeiro e mais importante alvo «sou eu mesmo/a». Em primeiro lugar, creio bem que assim seja, escrevo para mim própria. E, se essa escrita me agrada desperto em mim a vontade de o partilhar com o OUTRO, desde que esse OUTRO/A seja uma pessoa capaz de entender os meus pensamentos, as minhas palavras escritas. Necessito de alguém em quem possa confiar.
E, se já o sabia em estudante, mais se acentuou como profissional.
Vou deixar uma experiência que muito me fez viver isto mesmo.
--Era professora, então. Estava a trabalhar numa dessas aldeias perdida e que hoje é uma das grandes aldeias de Trás-os-Montes. Vivia num grande compartimento de uma casa enorme alugada a uma colega. Era o meu quarto, a minha sala de estar, de jantar, cozinha. Dava para tudo. Vivia, com uma sobrinha muito querida que me acompanhou em toda a sua escoalridade e que ... já partiu... Que Deus lhe dê as alegrias que ela me proporcionou e que eu não pude, decerto, retribuir-lhe, independentemente dos bons momentos que vivemos em conjunto. São muitas as boas experiências vividas, mas nem isso conseguiu evitar o inevitável...
Os dias de aulas eram passados normalmente. Os fins de semana eram passados entre a casa, a igreja/catequese, o convívio com as pessoas da aldeia que tinham que ser comedidos por questões de anterioridade, a leitura de um ou outro livro da Biblioteca Itinerante, Gulbenkian, onde havia essa possibilidade, a renda para o enxoval, as malhas, os bordados. Os dias eram muito longos. As noites nem se fala!
Independentemente desses momentos vivia-se um isolamneto total. Não havia colegas por ali perto e mesmo que houvesse as vias de comunicação que ligavam as aldeias vizinhas, marcadas por um povoamento disperso, eram intransitáveis, a maior parte do ano.
Viva, jovem como era, sentia uma necessidade absoluta de partilhar com alguém essa vida de isolamento terrível, os ideais que não paravam de crescer, as dúvidas educativas. Enfim!...
Então, pegava numa folha de papel e escrevia, escrevia até me cansar. De repente, parava e, com a cara lavada em lágrimas, relia o que tinha escrito. A maior parte das vezes era para a minha irmã que tinha vivido as mesmas angústias ou alegrias. Ou, mesmo, para pessas amigas com quem dividia alguns sonhos. Nessa altura não havia muita abertura para o fazer.
Não demorava muito tempo a rasgar essa folha de papel que hoje me seria, decerto, muito útil para poder comparar os tempos que foram e os tempos que são.
Seria bem uma prova do muito que passou todo esse professorado que calcorreava quilómetros a pé, a cavalo num burrito emprestado, que ia ver a família nas férias de Natal, de Páscoa e Grandes. O resto era vivido em comunidade residencial.
Tudo isto para dizer que, em primeiro lugar aprendi a escrever para mim: a «desabafar» sempre que o coração apertava. Depois de ler e reler, rasgava, para não magoar. Mas ficava aliviada.
Ainda hoje faço isso. Menos vezes, é verdade, mas faço-o, sobretudo quando o diálogo não permite ir mais além.
Creio que é isso mesmo que os nossos alunos têm que aprender, em primeiro lugar; em segundo aprender a depositar no papel o seu sentir, as suas alegrias e tristezas, as suas angústias, ansiedades, desejos. Desventar-se em sentimentos, emoções, saberes, não só na oralidade, mas através da escrita que pode levar muito mais longe o seu próprio ser.
E, de vez em quando podem arranjar-se partilhas festivas: dia do pai, da mãe, do ambiente ... Porque não tentarmos, ainda este ano, com os nossos alunos? É uma questão de pensarmos e, em conjunto, fazermos algo.
Deixo, em registos fotográficos, momentos inesquecíveis que marcaram muito positivamente uma caminhada vivida em ponto pequeno no espaços, mas grande na mensagem organizadas e sentidas, construídas pelos nossos alunos.
Mas há mais, muito mais.
Não sei se deixei alguma luz. Era essa a minha intenção.
De qualquer forma, creio que uma situação não invalida a outra. Ambas se podem enriquecer mutuamente.
Desculpe o atrevimento. Um beijinho, Isaura.

O carácter lúdico da escrita no 1.º ciclo...

Sabemos que no 1.º ciclo do Ensino Básico se apela à escrita criativa, onde é dada muita importância ao carácter lúdico descorando-se, por vezes, a escrita intencional, ou seja,maior exigência no apuro técnico, mais disciplina e autocontrole por parte dos alunos.
Penso que nos 3.º e 4.º anos de escolaridade os alunos já possuem alguma capacidade reflexiva e crítica e, nestes anos, a exigência poderia aumentar...gradualmente, é claro!!!.
O recurso à prática da escrita deveria ser um treino já mais intencional, onde os alunos pudessem reflectir melhor sobre a linguagem.
É fundamental que os alunos desenvolvam a capacidade de reflectirem sobre o processo da escrita, de forma a poderem desenvolver competências que os possam levar mais facilmente a escrever diferentes tipos de texto.
A intencionalidade da escrita e os destinatários são muito importantes, porque, em crianças muito pequenas, a falta de um destinatário visível leva-os mais facilmente a escreverem para agradar ao professor, porque sabem que é por ele que os mesmos vão ser avaliados, ou a limitarem muito o discurso pelo facto de o(s) destinatário(s) ser(em) sempre o(s) mesmo(os).
Com alunos mais pequenos, a escrita é também uma forma de os sensibilizar a reflectirem sobre o contexto social, dando-lhes hipótese de uma maior flexibilidade no discurso que escrevem de forma a poderem dialogar com a sociedade que os rodeia.
Os processos metacognitivos devem estar sempre presentes e serem estimulados na escrita, levando o aluno a ter consciência de que a escrita é mais uma resolução de um problema, assim como noutras áreas do saber.
Ocorreu-me este tema porque, pela pouca experiência que tenho, verifico frequentemente um maior cuidado na escrita, por parte dos alunos, quando escrevem textos em que o destinatário é alguém diferente do habitual.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

PNEPemCHAVES: Trás-os-Montes


Ainda que muito perto da Galiza com quem se mantêm afinidades e cumplicidades educativas bem enraizadas; mesmo no cantinho norte de um Trás-os-Montes pujante de Ideais Educativos, somos um Portugal à espera. Para que, aqui e agora (não diremos sempre, porque isso não existe e vamos dizer porquê), se cumpra a EDUCAÇÃO a que temos o Dever e o Direiro de nos «candidatar».
Temos que ser considerados em pé de igualdade com quem está mais próximo dos "Centros de Decisão" e dos "Centros de Cultura oficialmente reconhecidos», ou então que nos deixem agir de acordo com as competências que a Lei nos confere.
Sim. Somos cumpridores, acreditem. Respeitamos as leis Nacionais que, aliás, vamos conhecendo.
Não duvidem de nós. Até temos demonstrado que somos capazes de uma auto-gestão assumida, partilhada em responsabilidade e em consciência com os restantes parceiros educativos que sabem acolher as nossas dúvidas, que sabem compreender as nossas fraquezas, que sabem aceitar as nossas limitações, que sabem ultrapassar as doses incomensuráveis do labirinto em que nos encontramos. Mas que saberão, um dia, quiçá, demasiado tarde, reconhecer que até temos razão.
Ou será que nada "há pior para a razão que perder a razão por excesso de razão"? (Hameline, 1991).
"Nós por cá" (SIC / Programa, 2008), nada de desanimar. Sabemos que iremos continuar na senda de uma EDUCAÇÃO mais consentânea com os ideais que profetizamos. Ainda que tardiamente, ainda que sejam outros a consegui-lo, não nos coibiremos a abrir caminhos para que a justiça se faça, para que as nossas profecias se cumpram.
Temos a certeza disso. Com reconhecimento, ou sem ele. A auréola dos que conseguem, a todo o custo, ainda que das suas próprias forças e vidas, vencer as agruras de um meio de «mentalidades arvoradas», será, um dia, entregue a quem provar pertencer-lhe, a quem provar merecê-la. Que sejam os/as nossos/as alunos/as; que sejam os/as que nos sucederem; que sejam as gerações vindouras.
Isto nos basta para prosseguir de consciência tranquila e de mente e coração cada vez mais aberta/o à inovação e à mudança.
Até sempre, Isaura.

domingo, 18 de maio de 2008

PNEPemCHAVES: Adultos na Escola



Hoje é dia de FESTA. Alguém faz anos. Duas alunas de ambas as turmas que resolveram comemorar, em conjunto, mais um aniversário. E foi mesmo muito bom.
É mesmo em equipa que se funciona. A partilha de saberes e de fazeres começa mesmo, pelas professoras responsáveis por este grupo de trabalho que, também assim, vai seguindo as suas pegadas.
Saliente-se que a esta equipa se vem juntar um outro elemento que procura estabelecer, também, a ligação entre o saber infantil, adolescente/jovem e adulto. Temos conseguido manter e desenvolver um trabalho de continuidade educativa, de transferência de saberes que vão explicitando essa necessidade de estudo ao longo da vida.
Se nos situarmos nesta experiência partilhada em muitos dos momentos de encontro entre todos os elementos do GrupoPNEP encontramos pontos comuns entre os que sabem o que sabem ao nível experiencial de cada qual. Ninguém sabe mais que o/a outro/a.
Mas cada qual sabe o que sabe e, nessas diferenças, todos beneficiamos em aprendizagens mais sentidas que se vão solidificando mesmo através de canais diferentes e diversos.
A lição que a vida nos dá através desta vivência em comunidade verdadeiramente construída jamais se apagará.
O convívio, a troca de experiências, o conhece-te a ti mesmo, o conhece o outro partindo de ti mesmo, torna-nos PESSOAS de Verdade.
Mais uma vez, obrigada. Um abraço bem apertado e até à próxima. Isaura.

PNEPemCHAVES: Adultos na Escola



Adultos que, na força da vida dão à comunidade, quiçá, mais do que recebem. O seu exemplo, a sua disponibilidade, o seu interesse, a sua vontade de aprender, o seu empenhamento, entre outros valores de que vão dando testemunho, são motivos, mais que suficientes, que nos levam a reflectir sobre vidas passadas, presentes e futuras.
As razões que levaram esse passado a criar situações de injustiça e de discriminação, sobretudo de género, a maioria do elenco educativo são mulheres, não estão tão erradicadas quanto se possa pensar. Continuamos como seres humanas a ser discriminadas em vários campos, como não será difícil de verificar.
Talvez por isso, e não só, a necessidade de lutar por melhores condições de vida. Este não só reside, essencialmente, na realização pessoal de cada uma, na afirmação pessoal de cada qual. Há necessidade de competência. E, não tenhamos ilusões, essa competência passa, também, pelo saber cultivar o nosso espírito, a nossa mente. A nossa afirmação vem-nos, também, por essa via do conhecimento.
Saber mais implica saber ler. Ler é compreender as mensagens que os nossos interlocutores de todas as idades, condições sociais, culturas, nos transmitem. Seja através da comunicação oral, seja pela comunicação escrita, temos que aprender a decifrar, nas questões que nos levantam, as respostas que merecem. Respostas que seguem as mesmas vias de comunicação.
Mas é, sobretudo, nas atitudes, na firmeza das nossas convicções, na comunicação pela vertivalidade de comportamentos que conseguiremos ocupar o lugar que nos pertence, guindar-nos ao grau mais elevado grau de participação activa nesta sociedade desgastada por uma competição desenfreada, por um individualismo atroz, por um egoismo esmagador.
Vamos dar a volta ao texto. Vamos agir no contexto actual em prol de uma sociedade onde a igualdade de oportunidades seja, de facto, um facto.
É para isso que aqui estamos, numa presença viva e activa. Foi essa a lição que recebi. É essa a lição que sigo. Obrigada pelo testemunho, isaura.

Educação de Adultos - Eu e os Outros


A necessidade das relações interpessoais são uma realidade, ainda que muitas vezes o labor diário nos faça andar um pouco distraídos de forma a que muitas vezes não valorizemos o "outro" e toda a sua riqueza interior. Foi na perspectiva de uma troca de vivências e de conhecimento que as turmas de Educação e Formação de Adultos do nosso agrupamento levaram a cabo no passado dia nove, uma aula conjunta desenvolvendo actividades nesse âmbito. A modos de reflexão partilhamos convosco essa experiência, que foi óptima, tanto para formandos como para formadoras. As pessoas aderiram às sugestões das actividades e a dinâmica da aula correu bem. No entanto no decurso da aula foi fácil perceber que havia uma certa dificuldade em falar do "Outro". Era mais fácil falar de si próprio. Mas à medida que o diálogo se alargava e a partilha era maior tornou-se progressivamente mais fácil. Tendo presentes os objectivos do PNEP, achamos que a prática da oralidade é essencial na progressão e aquisição de competências ao nível da escrita e da leitura. Justificando um pouco o tema escolhido para a aula " Eu e os Outros", onde puderam ser desenvolvidas actividades ao nível da Língua Portuguesa, falada e escrita e também ao nível da Educação Cívica, cumpriram-se por um lado objectivos traçados no Projecto que vimos a desenvolver desde o ano transacto "Qualificar para Integrar" e por outro porque achamos fundamental que as pessoas reflictam sobre o seu dia-a-dia, sobre o seu desempenho individual e no grupo, como pessoas e como cidadãs. Surgiram testemunhos pessoais muito ricos. As pessoas ficaram sensibilizadas para valorizarem mais as suas actividades diárias e também as dos outros.

sábado, 17 de maio de 2008

PNEPemCHAVES: Do simples ao complexo: do aprender ao ensinar


Compreendo a preocupação que posso ler nas palavras que nos deixas. Agradeço imenso por isso. Tenho pena que não haja mais «achegas» sobre o assunto. Vale a pena dialogar, não obstante. Quiçá, é por aí que se começa.
Acredita que, ao longo desta minha «curta» caminhada que se aproxima, a passos largos, da sua meta final, foi sempre um campo que me apaixonou: a compreensão do que se lê, do que se ouve, do que se diz, do que se escreve, do que se sente...
Só esta paixão consegue manter, ainda que bruxuleante, esta chama que se extravasa em mim própria, de mim própria, em primeiro lugar, não sei se tocando "O/A OUTRO/A".
É uma dúvida que gostaria de ver esclarecida, ainda, antes de partir, antes de «deixar o lugar a outro» como me acusam de o não fazer.
E, ainda que doa, só consigo «compreender» que não ocupo o lugar de quem quer que seja.
Passe à frente e em frente...
Voltando à paixão que sempre assistiu esta vontade de aprender, quanto mais não seja, para ajudar a aprender melhor quem assim o pretenda, julgo que é aqui que reside a chave da questão: querer aprender. Muito mais do que querer ensinar.
Há já muitos autores, cujo nome escapam à minha memória, neste momento, que consideram que seria mais correcto referir-nos, acupar-nos do «Processo de Aprendizagem/Ensino» do que ao revés.
E o que vemos? Com que nos preocupamos? Ensinar... Ensinar ... Ensinar...
Será que, quem está do outro lado, tem «desejo de aprender»? Tem «prazer em aprender»?
Aprender: Com Quem? Como? Quando? Para Quê? Porquê? Onde? Quanto? O quê?...
São imensas as questões que este processo nos levanta.
E as respostas? Ensinar ... Ensinar ... Ensinar ... Ensinar aquilo que até já está ultrapassado. Ensinar aquilo que até não sabemos. Ensinar quem já sabe mais que nós...
Temos que os «levar à descoberta». Temos que os «orientar nessa descoberta». Temos que lhes «proporcionar os meios» onde eles possam descobrir, onde eles possam encontrar as respostas que necessitam ver esclarecidas no seu complicado quefazer diário, sem se preocupar, em demasia, com esse «Futuro distante» que necessita deste «Presente», pleno em serenidade e responsabilidade. Assim se vai preparando, a cada momento, que deve ser vivido com a intensidade, com a alegria, com a abundância de ideias, dentro da felicidade possível. É esse Futuro/Presente que já temos, nas nossas mãos.
O «Saber Presente» será, decerto, mais nosso que deles; o «Saber Futuro» será, decerto, mais deles que nosso.
Não sei se estou certa, ou não. Gostaria de encontrar parceiros que me ajudassem a ver mais claro numa prática partilhada: planificada, executada, reflectida, avaliada, reformulada, INVESTIGANDO.
Nesta ponta final, o meu desejo resume-se a isso mesmo: passagem de testemunho, da chama que se consome e me consome, numa ânsia muito forte, muito grande, para que penetre todos os cantos das salas de aulas vazias de tudo, mas repletas de ideais educativos a transbordar em cada um(a) de nós.
Um agradecimento muito sincero, num abraço mais sincero, ainda. Isaura

PNEPemCHAVES: Sessões de Aprofundamento



Na verdade, é a segunda vez que a «UTAD desce às BASES». Desta vez aconteceu no início da sessão de trabalho agendada para esse dia.
Com a presença dos "Professores JBelo e CAssunção"aproveitánmos para esclarecer algumas das dúvidas que, tendo sido já motivo de discussão e de investigação, continuavam a pairar nos nossos espíritos atribulados, (pre)ocupados com mais e melhor Educação.
E, foi Muito Bom, podem crer.
Depois disso, houve um pequeno intervalo para partilhar a informalidade de uma simples merenda à maneira dos «Bons Transmontanos» que nos orgulhamos de ser. Está-nos nos sangue «receber bem» os visitantes, muito mais, os nossos colaboradores.
Feitas as «honras da casa», em amena cavaqueira com e sem ementas reservadas, apenas, ao alimento do corpo, prosseguia-se, em simultâneo, com comentários linguísticos bem à nossa maneira de educadores desejosos de avançar mais e melhor, por campos ainda algo dúbios.
E, mais um caso curioso: este depoimento coincide com a «Lição 100» que os nossos alunos, desde bem cedo, gostam de comemorar.
Fica, aqui, mais esta «comemoração», registada para que a nossa memória a curto, médio, longo prazos, possa rememorar ao longo dos tempos.
Um «Muito Obrigada» em nome de todos os participantes que souberam dinamizar este espaço e tempo de presença mais presente.
Até à próxima lição... Isaura.

Preguiça ou fraca memorização?....mecanismos internos....

Esse contributo é muito válido e esclarecedor. Mas, a aflição que alguns de nós carrega pelo simples facto de os alunos não conseguirem compreender, constitui um PROBLEMA a estudar.
Há mecanismos internos que ultrapassam a mera vontade que nós temos em justificar a não compreensão.
Por vezes vemos a frustração de quem ensina, pelo facto do aluno ler com fluidez e não compreender e até há quem lhe chame distracção.
Nada tem a ver com distracção, tem a ver com memorização, com o facto de o leitor não se conseguir apropriar da mensagem que o autor do texto transmite. Tem a ver com o tal fio condutor que não existe nos alunos com problemas de compreensão.
Estes alunos adquirem elementos (informações) isolados do texto e não conseguem criar a tal hierarquização entre as ideias.
São estes problemas que nos deveriam dar prazer estudar para melhor resolver. O aprofundamento destas temáticas deveria fazer parte do projecto de reciclagem de professores.

PNEPemCHAVES: Compreensão Leitora



A compreensão leitora tem que ser possível. E, desde a mais tenra idade.
Senão vejamos. A criança lê nas pétalas de uma flor; lê na montra de uma loja de brinquedos; lê o pensamento dos pais; lê ao saborear o leite materno; lê o olhar de reprovação e/ou de aprovação do adulto, seja ele quem for; lê no verde dos campos que se estendem perante o seu olhar atento; lê no vento que perpassa os galhos secos das árvores queimadas, pela maldade dos humanos; lê nos raios de sol que a acaricia num dia frio de inverno como num dia escaldante de verão...
Enfim!...
A criança lê em tudo e todos quanto(s) se cruza(m) no seu caminho.
E, aí, compreende o que lê. À sua maneira, compreende. Há que lhe dar oportunidade de expressar a sua forma de entender isso mesmo.
A criança só não compreende o que os adultos lhe querem impingir, muitas vezes, de qualquer maneira.
As suas macroestruturas, mesoestruturas, infraestruturas, não são as mesmas que as nossas. Nem podem ser. E nós queremos que as adquira «num abrir e fechar de olhos». Impossível!...
Já agora, situando-nos na compreensão de textos, daqueles textos do nosso quotidiano, há condições essenciais para que a criança, o jovem, o adulto, se abra à sua compreensão.
Primeiro: o professor há-de conhecer bem o texto que se propõe trabalhar com os seus educandos. Conhecer a sua estrutura mais simples, ao nível de cada criança. Conhecer, também, a sua estrutura mais complexa, ao seu nível de educador mais que de professor. São níveis de compreensão diferentes, claro está.
Segundo: o professor tem que conhecer os recursos disponíveis para poder «espevitar» a curiosidade, a criatividade, a imaginação, a sensibilidade e tantas outras capacidades e potencialidades que necessitam de ser despertadas em cada ser: adulto, jovem, criança. É o caso da observação da realidade e/ou da sua representação, sempre que a primeira não é possível.
A «escola fora de portas», sempre que possível, seria um passo imprescindível para a recolha e o armazenamento de (in)formação do real. Esta constituir-se-á num manancial que brota sempre que seja necessário recorrer a ela. Quando isso não for possível há que recorrer à sua representação. Então, a imagem, a gravura, se e quando ela existe, o título do texto, qualquer pormenor, qualquer pista que que nos seja oportuno (re)tomar desempenharão o papel de informante que não podemos desperdiçar.
A partir daí, desencadeia-se um sem número de actividades que nos ajudam a esclarecer descodificando, simplificando, desventrando, eliminando, todo e qualquer ruído que impeça que a mensagem que o emissor, neste momento, nos envia, seja assimilada pelo receptor. Mais que isso. Outras imagens igualmente válidas poderão tomar forma e contornos acessíveis a esse mesmo receptor.
O estudo das palavras e expressões de mais difícil compreensão e ortografia, da constituição frásica, da sintaxe, da semântica, da fonética e tantos outros campos por onde a nossa actividade tem que enveredar, são, decerto, contributos inesgotáveis que nos ajudam a compreender o que esse «OUTRO» nos quer comunicar.
É um trabalho aliciante esse da descodificação da mensagem!... Do seu desmembramento ao nível de cada qual, da sua reconstrução de acordo com as competências de cada qual, surge, de novo um campo vasto de aplicação. Verificar os resultados obtidos será, tão só, uma forma de avaliação do sucesso pretendido.
Tudo isto requer tempo, calma, prazer, encantos!
A nossa Língua Materna dá-nos esta possibilidade. Oferece-nos um vasto campo de acção e continuidades que não se pode esgotar no «estudo» de um texto do «manual escolar».
Tem que ir muito mais longe. Ela perpassa todas as áreas do saber. Relacioná-lo com as vivências de cada ser em estudo será, também, um contributo ímpar.
Espero ter «lançado mais uma acha para a fogueira» que cresce, incendiando cada um de nós. Só por isso já teria valido a pena a existência deste PNEPemCHAVES. Nele vamos encontrando motivos mais que suficientes para trazer à luz contributos, absolutamente indispensáveis, para uma caminhada que se nos abre, em cada dia que passa. Não sei se rumo ao futuro ou se reduzido a este presente que urge de continuidade, de prossecução a toda a prova.
Num abraço repleto de gratidão pela reflexão proporcionada, fica a certeza de mais questões a levantar para, em conjunto, analisar e sintetizar.
Confesso que em educação se me torna difícil esta última hipótese.
Até sempre, Isaura

Quando não se compreende o texto

Quando não se compreende um texto, o que fica na nossa mente?
Retêm-se superficialidades do que se acabou de ler.
Não há uma ordem temática; não se consegue fazer a hierarquia entre as ideias; não há uma interrelação entre essas ideias...não se constrói a macroestrutura do texto.
Os alunos não fazem sua a organização temática do texto e não empregam na recordação (na memória) a superestrutura do texto. Não são capazes de construir os níveis de significado intermédio, os que dão sentido e coerência às ideias.
A macroestrutura é a hierarquização das ideias e procede da microestrutura do texto.
A superestrutura é a forma global que articula ou interrelaciona as ideias de um texto.
Como actuar para melhorar a compreensão leitora?

Compreensão Leitora...

A compreensão leitora é um processo muito complexo e por mais que se tente entender a palavra Compreensão nem sempre o fazemos correctamente.
Sabemos que as escolas se deparam com alunos que trazem uma carga informativa muito reduzida , hábitos de leitura inexistentes, conhecimento do léxico reduzido e pouca informação sobre os temas que os textos tratam. Estes alunos têm grandes dificuldades ao nível da compreensão leitora.
Mas, alunos que lêem com um bom nível de fluidez, que em princípio lhes permitiria compreender os textos e fracassam; alunos que conhecem o léxico e inclusive a temática tratada, mas que apenas retêm uma colecção de superficialidades; alunos que podiam memorizar se actuassem de outra maneira menos linear e rotineira.
O que se pode inferir é que aprenderam a ler mas não aprendem lendo. Não põem em acção os mecanismos básicos da aprendizagem enquanto lêem, não pensam enquanto lêem, não resolvem problemas enquanto lêem.
Esta problemática é estudada na psicologia da compreensão de textos.
Os alunos que não compreendem os textos......não são capazes de construir os níveis de significado intermédio que dão sentido e coerência às ideias. (Caminham no escuro).
Esta temática é muito interessante e nós, professores, devíamos aprofundá-la para termos respostas a problemas com que nos deparamos no dia a dia escolar....

sexta-feira, 16 de maio de 2008

PNEPemCHAVES:Santo Amaro


Não há imagem alguma que consiga descrever o sentir e o viver de tantas crianças que hoje realizaram as denominadas "Provas de Aferição".
Na verdade, não sei quem estaria mais nervoso/a: crianças, pais ou professores.
Sem que seja uma situação anómala, uma situação que cause qualquer distúrbio pedagógico, não creio que não provoque algum distúrbio psicológico.
Distúrbio Pedagógico, porque o que se foi aprendendo ao longo destes anos de vida vai servindo para abrir os sentidos do corpo e da alma para fazer frente a eventualidades que se vão colocando à medida que vamos crescendo. Processo inacabado, processo em construção e ao longo da vida.
Distúrbio Psicológico, porque nos vamos questionando sobre a utilidade deste tipo de trabalho.
Na verdade, para que serve?
Para avaliar competências adquiridas? Por quem? Para avaliar um trabalho realizado pelos alunos? Para avaliar o trabalho desenvolvido pelas professores? Para avaliar um sistema educativo onde as desigualdades se aprofundam cada vez mais? Para avaliar uma escola onde as condições de trabalho continuam a marcar uma disparidade total? Para avaliar os programas oficiais? Para avaliar os manuais escolares? Para promover a qualidade educativa? Para ...???
Na verdade deveríamos ser mais claros na definição dos objectivos que subjazem à realização de uma tarefa que se pretende igual para todo o País. Do Minho ao Algarve, passando por Trás-os-Montes, todas as nossas crianças e adolescentes do 4.º e 6.º anos de escolaridade se submeteram, hoje, a uma prova cuja finalidade está, ainda, por definir.
Tenhamos a coragem de esclarecer quais são os seus reais objectivos, quais são os seus reais efeitos, quais são as suas virtualidades, quais são as suas vantagens, quais são as consequências.
Enquanto isso não acontecer continuaremos a questionar-nos e a considerar que não valerá a pena tanto «espalhafato» resumido no «livro do aplicador». Até parece que não confiamos uns nos outros!...
Até parece que não fazemos um trabalho sério!...
Vamos eliminar as «Sombras» que ainda imperam no nosso sistema educativo.
Vamos dar «Luz», iluminar as consciências dos que ainda duvidam das nossas competências, das nossas capacidades, das nossas potencialidades para satisfazer necessidades e interesses que os nossos educandos reclamam. Vamos dar «Vida» a uma tarefa que já o é e que só necessita dos recursos materiais para «colorir» os seus ideais, com o verde dos campos, com o azul dos céus e dos mares, com o amarelo forte do sol, com o ruído dos rios e das fontes, com o rubro da terra fértil e do fogo que aquece as nossas mentes e os nossos corações.
O sonho de os manusear para os colocar ao serviço do «Saber Vivo» transformar-se-á, assim, numa realidade que não cabe nas «Provas Aferidas» realizadas em moldes totalmente descabidos e desfasados de um contexto educativo desejado e desejável.
Por incrível que possa parecer, até nem somos contra a realização de qualquer forma de avaliação. Esta é, apenas, uma delas. Só que surge descontextualizada, fora de uma realidade educativa plena e permanentemente vivenciada nas nossas escolas.
Porquê? Venham verificar (ver e ficar) o ambiente gerado em volta desta actividade.
Poderão, assim, aquilatar sobre as realidades contextualizadas, sobre a identidade de um quotidiano inserido na diversidade de um contexto nacional que nada tem a ver com igualdade que as provas (su/im)põem.
Fica o convite aos educadores responsáveis e os parabéns às crianças pela adesão a um trabalho que nada tem a ver com «as mãos geladas» com que nos aparecem e que nos impedem de aquecer. Pos mais e melhor qualidade educativa, Isaura.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Compreensão Leitora

O enraizamento dos hábitos de leitura é um processo longo e que, preferencialmente, se deve iniciar logo na infância, muito antes da aprendizagem formal da leitura. A família desempenha, neste contexto, um papel decisivo, dado que os pais como modelos afectivos mais significativos para as crianças, cujos comportamentos elas imitam, são mediadores de importância acrescida na criação de hábitos de leitura. A aquisição de hábitos de leitura ou se desenvolve atempadamente ou dificilmente pode ser adquirida.

domingo, 11 de maio de 2008

A escola vista a olho nu

Estamos no início do século XXl e surge uma visão multidimensional de cidadania – está na moda. Porque será?
Os conflitos familiares, são uma constante da contemporaneidade – a crise familiar está na ordem do dia. Temos consciência que a EDUCAÇÃO não poderá realizar-se sem a presença em simultâneo de dois tipos de formação: a ética e a cívica. Esta, tem implicação na interiorização de valores solidários e actos responsáveis, no sentido do bem comum. A formação ética identifica-se com sociedades plurais, onde emergem a dignidade humana e o fomento de sociedades democráticas, que levem à Justiça, no que concerne aos Direitos Humanos. Será isto possível numa sociedade cada vez mais neoliberalista? Será de todo impossível, infelizmente! Porém, duma coisa nós temos a certeza. Vivemos cada vez mais num mundo de incertezas, provocadas pelo capitalismo, que se sobrepôs de uma forma quase generalizada aos referidos valores. A nossa sociedade tem acompanhado “estes tempos” e as provas têm surgido na família e na escola (outrora, grandes centros de socialização), e disso os noticiários e jornais fazem eco no nosso quotidiano (filhos que roubam e matam pais e outros familiares…, professores que são agredidos pelos alunos) – é o reflexo social. Perante tal realidade qual será o papel da escola? É uma questão para a qual não se vislumbra resposta, terá de ser dada quando o Homem parar para pensar e concluir que só com justiça social deixaremos de ter os problemas transversais de insegurança provocada por omissão de Valores.

Teresa Isilda Barbosa Coelho (08/05/07)

PNEPemCHAVES: Retrospectivas



Apenas, uns tempos atrás. Voltaríamos a percorrer as mesmas veredas educativas. Hoje, pudemos reviver momentos inolvidáveis, momentos que ficaram a marcar, muito positivamente, uma VIDA de professora/educadora e muitas VIDAS de educadores/educandos.
Na verdade, hoje, em Dia de Pentecostes, reencontraram-se, uma vez mais: alunos/as, pais/mães e professora que, durante quatro anos, percorreram caminhos traçados, em conjunto. Caso curioso é que já não conhecia uma das alunas.
Como o tempo passa, santo Deus! E como nós vamos colhendo os doces frutos de um amadurecimento constante!
Crescidos no corpo, podemos referir que a sua alma, o seu espírito, a sua mente, cresceram em proporções idênticas.
É só comparar alguns dos momentos partilhados longe ou perto das suas Terras de origem, através de registos fotográficos que deixamos, porque, outros observados no quotidiano, não nos permitem a sua representação viso/corporal, para nos consciencializarmos do poder desta relação afectiva cultivada a cada momento em toda a Comunidade Educativa: Família -- Escola -- Comunidade.
Continua a ser de uma importância vital esta relação sempre crescente. Por meio dela, para além de podermos reviver este passado sempre grato, podemos dar continuidade a uma AMIZADE que se foi cimentando pelos e nos filhos/alunos/cidadãos e nos vai demonstrando que vale a pena construir a SOCIEDADE assente nos valores tradicionais: gratidão, sensibilidade, atenção, entrega, doação...
São estes valores que nos conduzem a uma socialização consciente, querida, partilhada, renovada nos membros que se e a vão renovando, inovando, mudando, reformando, construindo, transferindo, transformando-se em saberes cada vez mais profundos.
É este o ciclo vital que necessitamos continuar: a passagem de testemunhos válidos para cada ser em Formação Permanente.
Perdoem este «desabafo». Mas sentia que tinha que o partilhar. E este espaço dedicado à "Escola vista a Olho Nu" apresenta todas as condições para o poder fazer.
Obrigada e até sempre, Isaura.

sábado, 10 de maio de 2008

PNEPemCHAVES: Salto


Esta imagem, tal como podemos ver, representa um dos trabalhos realizados por uma criança de seis anos que se encontra em fase de Iniciação à Leitura/Escrita . É, apenas, o trabalho final de uma série de actividades realizadas, em forma de jogo, durante um limitado espaço de tempo, aquando do «trabalho de supervisão» a carga da "Formadora Residente" respectiva. Segundo a opinião da Professora Titular de Turma, o trabalho tem resultado de forma muito activa e entusiasta por parte da aluna que apresentava algumas dificuldades de aprendizagem e que, por isso, se ia atrasando relativamente ao grosso dos restantes colegas.
Na verdade, podemos referir que a adesão foi total. Decerto, dependeu, também, de todo o trabalho anteriormente realizado. Não temos quaisquer dúvidas. Tal como não nos assiste qualquer dúvida relativamente às virtualidades da aplicação do "Método Global de Palavras".
Consideramo-lo um método lógico, psicológico, pedagógico, educativo, dinâmico, integral, lúdico, sem quaisquer reservas da mínima espécie. Não se limita ao conhecido método das "28 Palavras" da autoria de Ivone Semedo, ao método de "Global de Palavras / Oficial de Angola", ao método "Jean quit rit" de autoria de Brigitte Lemaire.
É um misto de todos eles, se assim quisermos, e muito mais, uma vez que se constitui um método adaptado a cada realidade escolar/educativa. Apenas tem em comum algumas das actividades defendidas pelos autores desses mesmos métodos.
Criado a partir da realidade conhecida pelos alunos e por cada um deles, não só respeita os seus interesses como aponta para as suas necessidades, respondendo, em cada momento a uns e a outras sem qualquer interferência menos correcta.
Assim sendo as primeiras "Lições-Tipo" (Gabriel Gonçalves, 1975) partem do conhecido de cada criança: a Família, para se alargar a uma «nova família»: a Escola, onde os laços afectivos e outros vão sendo despontados e reforçados.
Podem acreditar que as expectativas geradas por cada comunidade educativa, onde os pais desempenham um lugar fundamental, são superadas para serem geradas outras e outras que nos conduzem à criatividade e à imaginação e a tantas outras «coisas boas e belas» que a escola não pode desprezar.
Não nos irão faltar, decerto, oportunidades para poder demonstrar quanto este método pode revolucionar a difícil tarefa que tanto tem atormentedo alunos e professores como para atrair o desejo, o prazer de ler e de escrever.
Para além de termos dados concretos de sucesso, é nesta fase que está o segredo, temos toda uma vontade inabalável de contribuir para que os "Encantos de uma Língua falada e Escrita em BOM PORTUGUÊS" se possa efectivar.
Estamos disponíveis. Dêem-nos os meios. Nós faremos o resto.
Na esperança de que este sonho se torne realidade, deixamos um abraço bem «arrochado» e do tamanho do Mundo no desejo de poder contribuir para a felicidade de muitas das crianças e jovens que se debatem por uma escola mais mais ao seu jeito.
Isaura

PNEPemCHAVES

É verdade. Hoje tivemos visitas. Estava a decorrer a "Sessão de Formação" denominada de "Oficinas Quinzenais", já quase no seu terminus, quando os Professores da UTAD (Universidade de Trás-os Montes e Alto Douro), José Belo e Carlos Assunção, co-responsáveis pelo trabalho PNEP (Programa Nacional para o Ensino do Português), nos brindaram com a sua presença.
Sentimo-nos honrados/as por esta iniciativa, até porque consideramos que um "trabalho de equipa" só pode obter os seus frutos quando todos os elementos da mesma entram em acção permanente e conjugada com as forças que estão no terreno.
E nós temos estado. E isso tem-nos mantido mais ou menos em sintonia com as preocupações e com as ocupações de quem tem, mais directamente, responsabilidade pelo sucesso dos alunos e das alunas nesta área curricular disciplinar.
É um facto inegável «alguma melhoria» na «qualidade educativa» implementada. Há, contudo, um longo caminho a percorrer, em conjunto. É esta a nossa maior convicção.
Cremos, verdadeiramente, que só este «trabalho de supervisão» poderá ajudar a ultrapassar muito do desânimo causado por um isolamento ainda bem patente, por uma formação contínua de cátedra, por uma descontinuidade persistente de estímulos, de incentivos, de reconhecimento por um trabalho, apesar de tudo, meritório.
Para além disso, são muitos outros os factores que agudizam o (in)sucesso de toda esta actividade causado pela(in)existência de recursos mais materiais que humanos. Estes têm conseguido suprir aqueles, mas há alguns que não conseguimos superar, como se pode constatar, nos nossos locais de trabalho.
Falávamos, um pouco atrás, das nossas preocupações e das nossas ocupações.
Cremos que tem sido toda essa «preocupação» que nos impede e/ou dificulta uma «ocupação» serena, calma, equilibrada, tranquila e exigente como resposta intransigente às exigências de todo o processo de aprendizagem/ensino da Língua Portuguesa. É que temos, forçosamente, de o entender e de nos centrarmos no processo e não só como produto, como tem sido feito até aqui.
Vamos parar; vamos compenetrarmos dessas exigências, transformá-las em dificuldades partilhadas; vamos assumi-las tal qual elas se nos apresentam; vamos solucioná-las de acordo com os contextos em que elas próprias se desenrolam.
Quiçá, todos juntos e munidos das melhores intenções educativas consiguiremos enfrentar, com confiança, com convicções optimistas, positivas, os tempos competitivos que, desenfreadamente, vivemos.
Sejamos cooperativos e colaborativos.
Assim poderemos competir, conscientemente, com os parceiros tecnológicos que nos desafiam de todas as formas e feitios.
Não podemos continuar a ignorar que as nossas capacidades, a tecnologia funcional do nosso corpo, se regem por princípios humanos que a máquina não pode, porque não consegue, ultrapassar. Fique para reflexão.
Obrigada pela presença e pelo registo fotográfico. Até uma próxima oportunidade que, neste caso, terá um período de tempo muito curto. Até à Próxima 5.ª Feira.
Cá estaremos para prosseguir no debate iniciado e sempre inacabado.
Um abraço, Isaura.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

terça-feira, 6 de maio de 2008

PNEPemCHAVES: AMOR


Ainda não tinha restado tempo para colocar à discussão dos "bloguenses" um caso curioso com que nos vimos confrontados num destes dias de «trabalho de campo/supervisão».
Quando, durante a escrita de uma mensagem elaborada por três meninas de seis anos, primeiro ano de escolaridade, nos referíamos ao «AMOR» que necessitamos de dispensar às florzinhas que, espontaneamente, nascem nos campos e nos dão tanta beleza e alegria, uma das crianças fez um comentário, acompanhado de um sorriso, de certa forma, dúbio, a pontos de a professora que as apoiava na tarefa ter feito uma paragem para se inteirar das razões do mesmo, ainda que sem qualquer admiração.
Não era a primeira vez que tinha que se fazer com crianças um pouco mais velhas.
Não obstante, depois de uma conversa sobre o sentido que encerra a palavra «AMOR» pareceu-nos pouco convincente, a recepção da mensagem.
A realidade é mesmo esta. É triste ter que confessar isto mesmo: o sentimento do «AMOR», com toda a sua carga afectiva, anda muito mal tratado.
Atenção, adultos educadores, pais e professores, em primeiro lugar, a tarefa que temos em mãos não está a ter a força que deveria. A Verdade é só uma. Não poderemos continuar a sustentar estas tropelias.
Desde a mais tenra idade vamos dizer e mostrar aos nossos filhos e netos, aos nossos educandos, que só há uma forma de «AMAR». É dar-se. É dizer a verdade. É responder com verdade. É ser sincero, leal, honesto. É chamar às «coisas» pelo seu nome. É educar na verdade, pela verdade, para a verdade, para o bem.
Sejamos sérios no tratamento de todos e quaisquer assuntos que as crianças nos coloquem. Sejamos simples e naturais como elas são.
Só assim poderão adquirir hábitos dignificantes da sua própria pessoa. Só assim conseguirão entender que o «AMOR» não pode ser outra coisa que não o seja.
Esse «Amor» que chega deturpado ao coração e à mente das nossas crianças, dos jovens e dos próprios adultos, será o «Amor» que necessitamos de despertar no Mundo em que vivemos? Que Mundo queremos deixar-lhes? A responsabilidade pesa sobre os nossos ombros. Saibamos nós assumi-la e mostar que o sentido do «Amor» está no íntimo de cada um de nós, é mais espiritual que material, embora, muitas vezes, tenhamos que o materializar. Nunca escravizar...
Fique para reflexão e, se quiserem, contestem, aplaudam, reforcem... Mas não calem.
Na Imagem que vos deixo, ainda que pouco visível, pode ler-se: "2008 -- 8.º Mandamento : Viver na Verdade". Trouxe-a para todos Vó/Nós.
Um abraço e até breve, Isaura.

PNEPemCHAVES: Pedras Salgadas




Na realidade, trata-se de mais um encontro entre pessoas que desejam ajudar-se a mudar a EDUCAÇÃO. Nesta mudança está implícito o espaço físico-social que suporta toda uma tarefa cuja realização envolve o pessoal e o profissional. Decerto tanto quanto o Humano. Porque é de humanidade, de humanismo que se trata.
Humanismo patente no espaço interior que nos oferece um bem-estar reconfortante. Percorrido o átrio que dá acesso ao primeiro piso, um lanço de escadas nos esparava para nos conduzir ao interior de salas de aula organizadas por anos de escolaridade. Estas, por sua vez, oferecem-nos condições de acolhimento muito agradáveis acrescidas de outras que, raramente, se encontram noutros edifícios escolares. É o caso das bancas que, para além de nos proporcionarem possibilidades higiénicas adequadas à realização de algumas actividades, nos trazem a vantagem de «matar a sede» sem ter que sair do espaço educativo que nos serve.
É que os espaços educativos têm mesmo essa função tornada missão de serviço.
E, já que estamos a falar de espaços, o espaço exterior parece-nos de uma vastidão assinalável. Ainda algo árido dá-nos a entender que é um edifício construído há muito pouco tempo. E, como tal, em construção permanente
Aliás, já tínhamos ouvido esse comentário prazenteiro.
Também nós consideramos ser um edifício de qualidade, um edifício em construção nos seus espaços físicos, exteriores e interiores, mas onde o humano sobressai de forma muito significativa.
A comprová-lo aqui ficam alguns registos fotográficos. Dos aspectos humanos que muito nos tocaram falaremos, mais aprofundadamente, em próximas oportunidades, não sem antes agradecer os bons momentos que nos proporcionaram.
Obrigada. Até sempre, Isaura.

AMIZADE...















Esta rosa que aqui temos
Que espinhos poucos tem
É para a nossa amiga Isaura
Que nos quer muito bem.


Incentiva os mais pequenos
Na aventura da escrita
Mais houvesse como Ela
Que a vida seria mais catita.


Com carinho!