terça-feira, 17 de junho de 2008

PNEPemCHAVES: Leitura Empenhada



Impossível ler o que quer que seja sem que surja algo como reflexão sobre o que se leu. Poder-se-á, também, considerar esta forma de leitura e de reacção à leitura como "Leitura Empenhada"?
Não sei se sei responder a esta questão. Só sei que a sede de saber é de tal forma forte que conduz a uma interpelação profunda sobre a comunicação emitida. Esta, por sua vez, começa por desencadear, no interior de nós mesmo/a, uma mistura de sensações, emoções, sentimentos, volições, desejos e outros/as que tais que acabam por transbordar e provocar uma necessidade imensa de partilha, de comunicação, de contraste, de identidade, de afirmação. Quanto mais não seja para desanuviar ou para encontrar a réplica benfazeja de outrem que venha reforçar esta ansiedade de um saber que se vai esgotando para renascer a cada momento e se converter noutras tantas necessidades de ler.
Ler a realidade físico-social que nos cerca, ler o passado mais ou menos distante, ler o futuro que tanto nos assusta, quanto nos seduz.
É esta leitura que satisfaz o «ego insaciável» que se apodera de nós e que, muitas vezes, vamos refreando em prol do «alter» que, ora corresponde, ora se acomoda a situações puramente circunstanciais, ou, esmagadoramente provocadas, que acabam por cercear iniciativas naturalmente saudáveis, passíveis e possíveis.
Cremos que estas varíáveis devem ser «controladas» para que a leitura surja num empenhamento espontâneo tão necessário a uma aprendizagem cada vez mais consciente, animada, consistente, sistemática.
Nas nossas escolas, para não nos limitarmos, apenas, ao espaço da sala de aula, há que criar as condições materiais e humanas como resposta às necessidades já despertas, bem como à criação de estímulos para que o poder da leitura se instale para ficar e para prosseguir.
Há exemplos infindáveis de momentos de despertar para a leitura. Muitos deles nascidos de estratégias cuja simplicidade entronca na utilização de actividades lúdicas onde o envolvlvimento pessoal se torna a mola mestra da decifração e do entendimento.
Divaguei. Desculpem. Não o pude evitar. Um abraço, Isaura.

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