segunda-feira, 16 de junho de 2008

As Memórias a Curto e a Longo Prazo...Leitura

A Memória a Curto Prazo

· As limitações da memória icónica obrigam a que a informação registada pelos órgãos dos sentidos seja registada numa estrutura mais permanente: a memória a curto prazo. Esta possui uma capacidade limitada (7, mais ou menos 2 itens). No entanto, revela a sua eficácia, através de estratégias como os agrupamentos (exemplo: 681819 pode transformar-se em 68-18-19, reduzindo os itens de 6 para três) ou as subvocalizações, que permitem processar mais informação com o mesmo número de itens.
· Durante muito tempo pensou-se que a MCP era exclusivamente acústica. Hoje sabe-se que existem códigos visuais e semânticos na MCP. No entanto, para os estímulos linguísticos, ela mantém-se fundamentalmente acústica, o que tem grande importância para as subvocalizações ou o discurso interno durante a leitura.
· O facto de utilizarmos diversas estratégias para ultrapassar as limitações da MCP, originou a denominação de memória de trabalho, na qual a informação pode ser retida enquanto está a ser trabalhada. Na leitura, as palavras são integradas nesta memória e aí se iniciam os processos de compreensão.

A memória a longo prazo

· A velocidade a que conseguimos transferir informação para a memória a longo prazo é relativamente baixa, em comparação com a velocidade de entrada de informação na MCP, pelo que uma quantidade apreciável de informação se perde. No entanto é comumente aceite que a informação, uma vez aí chegada, não se perde.
· A informação na MLP não está organizada ao acaso. Na verdade a MLP é altamente organizada e muita da informação que não conseguimos recuperar está temporariamente inacessível e não perdida. A questão essencial é encontrar-se a chave de recuperação para aceder à informação aí armazenada, sendo ainda de considerar que a informação que vai chegando perturba o acesso à informação anteriormente armazenada.
· A maior parte dos cognitivistas pensa que existirão dois tipos de MLP: (a) a memória episódica, para a sequência de acontecimentos e (b) a memória semântica, mais importante para a compreensão da leitura dado que contém o conhecimento geral do sujeito. A parte da memória semântica mais importante para a leitura é o lexicon (léxico). Esta memória é obviamente fundamental para a compreensão dos idiomas, metáforas, etc.

Apesar das supostas divisões da memória concebidas pelos psicólogos cognitivistas, é altamente improvável que tais divisões correspondam a divisões anatómicas, da mesma forma que não é possível localizar o léxico no córtex.
Lopes, U. Minho

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