quarta-feira, 23 de abril de 2008

PNEPemCHAVES: Salto


Hoje comemorámos o Dia Mundial do Livro. Em Salto/Montalegre, pudemos participar em algumas actividades ligadas a esta efeméride. Foram momentos muito significativos que deram a oportunidade de relevar a importância da leitura na nossa vida, na vida de cada um de nós.
Nas suas páginas podemos encontrar motivos que nos levam a despertar o nosso imaginário, a viver momentos de verdadeira felicidade, a recriar toda uma fantasia que a própria vida nos regateia, a abrir novos horizontes, novas pista de trabalho e de bem-estar, a sonhar momentos arrebatadores, a inovar na acção do dia a dia, a encetar viagens maravilhosas através dos espaços que nos oferecem.
Enfim, a encontrar razões de viver, de sorrir, de crescer saudavelmente.
Na verdade, o seu contributo é infinito desde que sejamos capazes de dar vida interior aos personagens que lhes dão vida e partir, com eles, à conquista de novos rumos de vida, em busca de encantos infindáveis, aceitando e aplicando as suas propostas nos valores que nos desvelam.
Foram momentos muito ricos os que pudemos partilhar. Não obstante, houve uma sombra que enevoou uma parte dos presentes. É que os livros que foram entregues, aos alunos, eram,tão só, para "os meninos do segundo ano": -- "os do primeiro, não sabem ler", dito com a maior das convicções.
Lamentamos que a sensibilidade das pessoas, que até são professores/educadores, não chegue mais longe; não consiga ver que "os meninos de primeiro ano", nesta altura do ano, até já sabem ler. Mas há mais: mesmo os que têm um pouco mais de dificuldades, por circunstâncias que não fazem, agora, parte deste depoimento, sabem ler nas suas gravuras, nas suas imagens, e aprenderão, decerto, em breve a descodificar mensagens que alimentam o espírito, a alma.
A professora, atente ao que se passava, teve que confortar uma das crianças que se demonstrou um pouco mais afectado, um pouco mais sensibilizada pela falta de sensibilidade dos adultos responsáveis pelos «destinos educativos» destas crianças.
Por favor, chega de discriminação. Por favor, demos a todas as nossas crianças as mesmas oportunidades, ainda que isso nos possa sair um pouco mais caro, no que toca a dinheiro.
Creiam que vale a pena. É nesta idade que se podem ir concretizando alguns desejos dos nossos meninos. Desperdiçadas estas oportunidades quem sabe as consequências pelas marcas que vão ficando?
Esperamos um pouco mais de atenção para aqueles e aquelas que iniciam a sua escolaridade obrigatória. concedamos-lhes os mesmos direitos e assim eles e elas se habituarão, desde cedo, a cumprir os deveres de cidadania que urge implementar.
Até breve, com mais depoimentos sobre esta caminhada que vai levando mais longe os ideais educativos que preconizamos, porque neles acreditamos. Um abraço a todos quantos dispensarem um pouco do seu tempo e nos brindarem com comentários que nos ajudem a crescer. Isaura

1 comentário:

  1. A falta de informação do que de facto é a leitura, leva a comportamentos como este que a mostrou tão constrangida.
    A leitura é muito mais que a iniciação de um método!
    A leitura começa muito antes da criança nascer.A leitura começa pela formação da família, pelo seu interesse na leitura e na sua transmissão a um novo ser, ainda dentro do ventre materno.
    Há estudos muito bons que revelam dados que comprovam o que foi dito, de forma simples, por mim, neste comentário.
    A criança que ouve a leitura de histórias ainda no ventre da mãe, que ouve ler para si nos primeiros tempos de vida, que desde pequena pode ver as imagens dos livros, pode manuseá-los.... vai certamente ser um bom leitor.
    Há que desmistificar o acto da leitura e começar a formar e a informar pessoas como as que tomam atitudes como as que foram referenciadas nesta mensagem.
    Afinal onde está o valor da literacia?
    Entre nós, os que colaboram com o sistema educativo, ainda há um trabalho muito árduo a fazer....

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