sábado, 26 de abril de 2008

PNEPemCHAVES: Outeiro Jusão



Mais que uma «História de Vida», foi, na verdade, uma enorme «Lição de Vida» que valeria a pena transpor em cada detalhe, em cada movimento, em cada mensagem. Sentindo-nos impotentes perante factos tão relevantes, tornamo-nos demasiado pequenos perante o que acabámos de receber. Foram, sem dúvida, momentos surpreendentes de entusiasmo pela profissão de educador e professor os que gostaríamos de testemunhar.
Impossibilitados de tal, porque só quem os vive pode senti-los e partilhá-los em simultâneo, não podemos deixar de mencionar uma pequeníssima parte do muito nos foi dado viver.
É um «professor invisual», «cego» por acidente numa brincadeira de crianças de sete anos, que nos vem ensinar como se pode ser feliz, viver feliz em circunstâncias tão especiais.
Contou-nos uma parte da sua «História de Vida»; ensinou-nos a ultrapassar obstáculos que poderiam parecer intransponíveis, à primeira vista; falou-nos, calorosamente, das suas «Experiências de Vida», das suas «vivências do quotidiano», do seu «mundo de belezas desmedidas». Tudo aquilo que nos poderia parecer «lamentável», encarava-o ele como uma conquista, como uma vitória, numa normalidade natural. E, bastou-nos reflectir um pouco para poder embarcar na sua viagem educativa tão entusiasta quanto a nossa. Quiçá, bem mais.
Apenas, nos questionamos: -- Porquê tanta contestação, tanto desânimo, tanta indignação, tanta lamentação, tendo tudo aquilo que nos pode fazer feliz. Há, apenas, que aceitá-lo e rentabilizá-lo, potenciando-o ao máximo.
Colocou à disposição de todas as crianças e seus professores o material de que dispunha ao mesmo tempo que referenciava os seus custos, a falta de apoio social que teve que vencer, o apoio incondicional de uma família que lhe ofereceu a oportunidade que nenhum outro dos seus oito irmãos teve, o apoio constante da esposa e dos filhos.
Que grande lição de vida. Talvez mais para adultos que para crianças que, nesta idade, se associam mais ao material que ao espiritual.
E nós? Será que não fazemos o mesmo?
São questões que nos podem ajudar a olhar-nos, exterior e interiormente falando, e a olhar o outro, apenas, como diferente. Tenhamos consciência que, nestas diferenças, o espiritual se sobrepõe ao físico.
Ficam algumas imagens a ilustrar momentos inesquecíveis, bem como um agradecimento muito especial ao Prof. Armando , juntamente com os mais sinceros votos das maiores felicidades assentes na força e na coragem de viver partilhando para que a sua lição seja vista, ouvida, meditada e aceite em outras situações idênticas ou mesmo diferentes.
Fica, também, um abraço de gratidão para todos quantos nos proporcionaram esta oportunidade. bem-Hajam e até breve,Isaura.

1 comentário:

  1. Respeito pela diferença não é um valor universal que queremos "passar" a todos? E que meio tão subtil e coerente para, em casa destes meninos,no recreio,no café da aldeia, que partilharam com o professor Armando a sua aprendizagem de vida num mundo escuro mas ao mesmo tempo pincelado pela cor do amor-amor da família, dos seus alunos,amigos,colegas de profissão,amiguinhos que ele vai conquistando por onde passa e deixa o seu testemunho vivo de que é possível ser diferente e "competente"neste mundo em que se vai caminhando cada vez mais para os "prototipos".Iniciativas como esta vão deixar a sementinha da solidariedade,da igualdade e talvez da liberdade de ser diferente.Obrigado a todos os envolvidos,pais que ouviram os filhotes contarem que receberam na sua escola a visita de um amigo, um professor cego mas muito "fixe". Teresa Matos

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