sábado, 15 de janeiro de 2011

Histórias Antigas...

É, apenas, mais uma dessas histórias que nos podem ajudar a entender como os tempos passam, com volta.
Nesse primeiro ano de professora que remonta a mil novecentos e sessenta e um e, tal como, anteriormente, ficou descrito,tinha quinze alunos da quarta classe.
E, se iam bem preparados!...

Após a realização das provas escritas, os resultados eram, publicamente, expostos na porta da escola. E os elementos do Júri lá seguiam a sua vida "sem dar cavaco às torpas" que se mantinham "perfiladas" perante tão doloroso espectáculo.
Contudo, um dos elementos do júri era uma familiar muito próxima que ainda teve a coragem de me dizer:
Reprovámos-te um aluno.

Antes que me pudesse deter no "amargo da derrota", tive a coragem de perguntar:
-- Achais que a "reprovação" fui justa?
E a resposta não se fez esperar:
-- Olha, ainda esteve passado, mas revisto o ditado demos conta de mais um erro -- "ningém, em vez de ninguém" e, como passou de 4 erros e 1 falta, o limite permitido, para 5 erros e 1 falta, reprovou.
Apenas respondi, não sem que tivesse refreado uma dor profunda que me avassalava a alma:
-- Não há problemas. Esse aluno está no limite de idade. Não pode voltar a matricular-se, mas não fica sem o exame da 4.ª classe. É, apenas, uma questão de meses. Em Dezembro ele vem fazer o exame de adultos e fica o caso resolvido.
A partir daí, nunca mais tive uma reprovação.

Fui elemento de júris de exames, durante muitos anos, aqui e Além-Mar.
Não têm conta as vezes que "prevariquei" alertando para esta ou aquela palavra que, por distracção, não estava correctamente escrita.
Ainda hoje, portanto, me dói esse episódio da minha vida de profissional de "alto gabarito" pelas exigências que continuam a marcar esta caminhado prestes a terminar, como docente.
É caso para dizer: -- "É a Vida".
Só que, há muito mais, para além dela.
Falaremos, destes e de outros "mais", em breve. Até lá, um abraço. Isaura.

Sem comentários:

Enviar um comentário