sábado, 19 de junho de 2010

O Cúmulo das Reformas

Ontem, aliás, nestes dias atrás, deparei-me com algum burburinho na escola, entre professores e mais alguns funcionários. Sem me meter na conversa que me parecia algo confidencial, ia-me apercebendo que algo incomodava as pessoas. Foi o suficiente para me aproximar e entar nos meandros secretos que andavam no ar: "Desconfia-se que ... "OS MEGAGRUPAMENTOS".  Porém, ia tentando duvidar do que ouvia, dado que sou uma pessoa atenta e interessada por questões políticas, dizendo que ainda não tinha ouvido o que quer que fosse na comunicação social. Mas, pelos vistos, até era certo; havia alguma razão de ser no que considerava não passar de um «boato».
E aqui está a questão, pelos vistos inquestionável: na verdade já há em campo instruções rígidas para que as nossas escolas se agravem ainda mais do que já estão.
Quando será que esses SENHORES do PODER sairão dos gabinetes, tão limitativos de uma visão correcta do que se passa nas realidades escolares deste País, para saberem, verdadeiramente, que isto não tem cabeça, cujo pensamente constitua uma razoabilidade, mínimamente aceitável, porque irrazoável, muito menos pés para andar? Que isto não é educar? Que o pouco sucesso educativo (nada de confusão entre sucesso escolar e educativo), se é que o há, está, ainda, mais condenado ao fracasso?
Na realidade, é inadmissível o que está a acontecer!...
Sou professora, ainda no activo, há 49 anos - meio século de história da educação é muita história, sobretudo quando a entrega tem sido total. Não sei o que me poderá acontecer por dar a minha opinião. Decerto nada. Os DONOS do PODER andam tão assoberbados com ideias tão absurdas que nem tempo têm para passar, uns minutos que sejam, para se deter a ler a opinião daqueles que, no terreno, têm uma visão completamente diferente das suas e, como tal, uma palavra a dizer. São perfeitos visionários que escondem as garras do «posso, quero e mando» atrás de um sorriso sarcástico, raivoso, pensando que, ainda enganam o "Professorado".
Este, por sua vez, vai desgastando energias em questões fundamentais à sua vida profissional que, por ser responsável, não deixa de afectar a sua vida pessoal. E andamos assim há anos!...
Onde está o resultado de uma eleição para 3/4 anos de um Director de Agrupamento que, agora, se vê defraudado nas suas expectativas? Por convicção, mais que por acaso fui uma das candidatas. E, ainda que fosse o melhor Currículum (ninguém o duvide...Tenho provas) fui irradiada "sem dó nem piedade".
São, também esses, os «jogos sujos» que a politiquice barata joga a seu bel-prazer.
E, nem a minha formação familiar, oriunda de camponeses honestos e trabalhadores, nem a minha formação académica terminada em 1961, muito menos a minha dedicação profissional / formação profissional adquirida, sabe Deus a que custos (!) me permitem aceitar sem refutar uma tal ignomínia.
Para bem dos meus alunos a quem amo, em primeiro lugar (há provas irrefutáveis disso mesmo), para bem do meu País a quem tenho dedicado uma parte substancial da minha vida, para bem dos jovens professores, classe a que me orgulho de pertencer, não posso calar esta falta de respeito por que estamos a passar. Aconteça o que acontecer, de nada vale calar a razão de quem possui os trunfos e os não pode jogar. Doa a quem doer, há que alertar a sociedade para as barbaridades por que a educação está a passar.

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