Faço-o com pleno respeito por todos quantos ainda se encontram no plano embrionário da educação; faço-o no pleno uso dos direitos de educadora com alguns anitos de serviço a uma causa abraçada com muito amor por todos quantos tive a feliz oportunidade de aprender. E foram tantos, quantos continuam a ser. Por eles prosseguirei uma caminhada tão velha e tão nova, apenas com dois objectivos:
- servir a causa educativa
- colocar à disposição tudo quanto fui aprendendo.
Pegando num livro «leve» que pudesse ser transportado num «pequeno saco» e servir de companhia no momento em que a companhia humana falta, encontrei-me com uma mensagem que adoptei à muito tempo e que me caíu nas mãos como um dom de Deus.
O autor é Teófilo Minga e diz tão simplesmente o seguinte:
(...) Falava do "meu" saber, entre aspas. Certamente que é um saber que é meu, na medida em que sou eu que o possuo. Mas, de facto, considero-o, antes de tudo, um dom de Deus, um dom que deus me deu com a responsabilidade de o colocar aos serviço dos outros ... É asssim que vejo esse "meu" saber: um dom para ser bem administrado, mais do que uma possessão da qual poderia vangloriar-me.
E acrescenta, em modo de reflexão e de convite:
"O saber é um poder que pode ser mal administrado, que pode servir de vanglória para o egoísmo".
É, pois, com a maior veemência que faço das suas palavras as minhas palavras: "No meu caso, sabendo que é um dom que me foi oferecido, tento torná-lo dom para os outros, colocando-o, muito simplesmente, ao serviço dos outros".
Só que no meu caso, é bem diferente. Lamento, profundamente que assim tenha que ser.
Ainda que saiba que há quem o deseje, não há estruturas educativas onde possa concretizar-se. O jogo de interesses pessoais / individuais pesam muito mais que os interesses colectivos ou mesmo o interesse de grupos. Pior, ainda, quando os jogos de uma política partidária são um entrave à competência e um abuso de poder que tem que acabar.
Ainda que seja muito difícil temos que acreditar que «a verdade vem sempre ao de cima". Ou será que teremos que continuar a gramar que «na terra dos cegos quem tem um olho é rei», ou pior, ainda: «vão as leis para onde querem os reis»?!...
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